A minimizar, sempre!

A minimizar, sempre! – Podia citar, taxativamente, Hélgir Girodo, numa das suas reflexões sobre o aluno que se recusa a aprender, mas vou evitar, porque ele é muito frontal sobre esta matéria, enquanto sei que, geralmente, quem não quer aprender também não aceita ser corrigido.

Estou aqui hoje para me debruçar, uma vez mais, ao de leve, sobre as lições que o quotidiano nos proporciona, mas que não raras vezes desperdiçamos.

Um par de anos após a conquista da independência nacional (1975), surgiram os primeiros sinais de um levantamento militar contra o governo estabelecido. Os novos senhores, aliás, “camaradas” governantes, minimizaram a situação e rotularam os revoltosos de “bandidos armados”, a serem aniquilados num estalar de dedos.

Só que os “bandidos armados” se multiplicaram, não obstante as sucessivas “vitórias” militares reclamadas pelas “gloriosas” forças governamentais.

A máquina de propaganda do regime anunciava, amiúde, golpes atrás de golpes contra os “bandidos armados”, com os quais se jurava a pés-juntos que com eles jamais se negociaria. Estes, por sua vez, “fugiam em debandada” até se reunirem com os membros do Governo de Moçambique em Roma, onde, já com a designação oficial, assinaram o Acordo Geral de Paz.

Parte do grupo de “religiosos” nas matas de Tete

Aparentemente (mal) resolvido o dossier com “bandidos armados”, situação agravada pelas constantes “engenharias eleitorais”, sucederam-se cíclicos episódios de violência armada, sempre minimizados, de início, mas que depois, sempre, acabaram em negociações e acordos, mesmo que na sua maioria de paz podre.

Mais a Norte, nas bandas de Cabo Delgado, lá para 2012, dizem, emergiram novos sinais de grupos violentos. Alertados os mesmos “camaradas”, minimizaram o cenário, e até ridicularizaram os alertas. Depois seguiu-se a habitual narrativa das sucessivas “vitórias”, “fugas em debandada”, e “rendições”. Os “insurgentes” ou “terroristas” foram tão fragilizados, tão fragilizados que se tornou necessário recorrer, mesmo com muita relutância inicial, primeiro a mercenários e mais tarde à ajuda militar externa [de Estados].

Esta semana surgiram relatos de existência de movimentos descomunais nas matas de Tete. Rapidamente, um dos sempre solícitos porta-vozes da corporação que era suposto garantir a ordem e segurança pública apareceu a minimizar o risco que aqueles movimentos podem representar.

Sou forçado a crer que, ou se tomam as coisas a sério quanto cedo ou vamos repetir o mesmo  “filme”, apenas com mudança de sala de cinema e protagonistas.

A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras!  Digo/escrevo isto porque que ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo intitulado “A minimizar, sempre!”  foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 17 de Setembro de 2021, na rubrica de opinião denominado TIKU 15

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