A morte que me devolveu ao analfabetismo
Pelos laços de amizade e camaradagem que me uniam ao Simião Augusto Ponguane, ou simplesmente Ponguas, o seu desparecimento físico, na manhã desta quarta-feira, em Maputo, me devolveu a incapacidade de redigir algo razoável para uma homenagem à sua altura.
Homem de excepcional honestidade, integridade e profissionalismo, Ponguas perdeu a batalha contra uma doença que o apoquentava já lá vão pouco mais de três longos e penosos anos.
Numa das conversas na sua casa, na Rua da Resistência, em Malhangalene, na cidade de Maputo, já prestes a seguir para a Índia para prosseguir tratamentos médicos, afiançou-me ter tido os primeiros sinais dessa doença ainda na África do Sul, onde trabalhava como correspondente do canal-mãe de tv em Moçambique.
Depois de regressar à terra-mãe, as coisas complicaram-se e entendidos aconselharam-no a buscar tratamento na Índia, o que o obrigou a um vaivém entre Moçambique e aquele país.
O destino estava traçado e o Altíssimo achou por bem nos arrancar Ponguane e deixar a turma dos jornalistas de Moçambique ainda mais empobrecida em termos de profissionais éticos, íntegros e simplesmente comprometidos com o jornalismo.
A impotência é enorme e não há palavras suficientes para homenagear Ponguas. Descanse em paz, caro amigo e colega!
REFINALDO CHILENGUE