A sério ou conveniente?
A sério ou conveniente? Não vou comentar, porque ao mais alto nível se adverte a tal, a todos os que não participam directamente no processo em causa, o vulgo DDR.
Todavia, porque, salvo erro, (ainda) perguntar não é crime e é suposto não ofender, permitam-me, os que estão directamente envolvidos no assunto, se é a sério ou conveniente o que se tem propalado por aí, com honras de comentários, louvores e aplausos de alguns segmentos da sociedade, a fé da media pública, principalmente.
Será mesmo a sério, ou conveniente, afirmar que será possível acantonar, desarmar, desmobilizar e reintegrar um número desconhecido de guerrilheiros da RENAMO, os tais “residuais”, em aproximadamente três meses ou menos?
Muitos devem estar lembrados dos penosos passos dados depois da assinatura do Acordo Geral de Paz (1992) para agrupar, desarmar(?), enquadrar alguns membros devidamente (?) quantificados da RENAMO, e qual foi o deslinde desse processo.
Esses muitos devem, igualmente, estar lembrados do aparato que compunha/rodeava a Operação das Nações Unidas em Moçambique (ONUMOZ).
Cadê o paciente italiano Aldo Ajello, para refrescar algumas mentes?
Só mesmo os mais optimistas podem acreditar no que se propala de que de 02 deste Junho até 15 de Outubro próximo será aprovada a lei da amnistia, angariados fundos para sustentar a operação de acantonamento, reintegração dos homens da RENAMO em número e em locais desconhecidos e desarmados, desmobilizados e reintegrados.
Lamento, mas não faço parte desses “patriotas entusiastas”, nem gosto de fingir aquilo que não sou/acredito.
Ou está para se brincar aos acantonamentos, desarmamentos, desmobilizações e reintegrações e depois das eleições, já envoltas em polémica, entrarmos na mesma espiral de violência (infelizmente cíclica desde que temos eleições pluralistas em Moçambique), seguida de apelos a paz e rezas à mistura?
Não estou a comentar, estou a fazer um conjunto de perguntas, apenas, e não sei se há quem me possa responder, com muita segurança, fazendo, ao mesmo tempo, súplicas para que tudo corra bem, porque acredito que deve ser esse o desejo de todos os Homens de bem dentro e fora de portas.
Já agora; terei visto bem os semblantes dos dois protagonistas deste processo na foto que tiraram numa sala na capital da província do planalto central deste Moçambique?
Compatriotas! Ajudem-me a observar bem o semblante destes dois senhores e digam se eles reflectem sintonia natural…
Não estou a comentar, porque não participo directamente, apenas estou a perguntar, porque, salvo erro, perguntar (ainda) não ofende.
Aguardo, serena e sinceramente, respostas seguras e convincentes, porque eu tenho as minhas dúvidas, por causa da triste experiência acumulada.
Acredito que a maioria dos moçambicanos anseiam e aguardam pela paz definitiva, para viver e trabalhar livre e tranquilamente, mas vamos ser realistas nas nossas projecções para não alimentar falsas expectativas que podem se saldar em frustrações.
REFINALDO CHILENGUE
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 07 de Junho de 2019, na rubrica semanal denominada TIKU 15!
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