A situação

A situação -Vou tudo fazer, aliás, como sempre o faço, dizer algumas verdades mas de maneira a não ofender ninguém.

Ao longo dos últimos anos tenho notado e comentado, inclusivamente neste espaço, algum laxismo e minimizações perante certas situações graves por parte de quem de direito.

Alguns exemplos mais recentes: em plena capital, foi preciso morrer uma criança para assistirmos a um folclore gratuito de captura de cães vadios e vacinação de outros.

Às portas da cidade de Maputo, justamente na tristemente célebre região de Chiango, foram necessárias algumas mortes, manifestações populares, algumas chambocadas, detenções e chacotas “presidenciais”, para se implantar uma ponte pedonal a uma velocidade de cruzeiro sem sequer se falar de “cabimentos orçamentais” e quejandos.

Até iluminação pública está a ser instalada, tudo às correrias.

Não sei se valerá apenas incluir, ainda, a questão de Cabo Delgado, onde, quando um jornal sul-africano referenciou, pela primeira, há uns anos, que havia movimentações dos “rapazes”/“jovens” ou Al-Shabaab em Moçambique, foi rapidamente desmentido e ridicularizado.

Hoje por hoje, anda meio mundo em tarantas na província berço da luta de libertação nacional, situação aproveitada por brincalhões e zaragateiros ao ponto de obrigar o comandante provincial local da polícia a dar um “briefing” na via pública para apaziguar as massas em desespero.

Vá lá que ainda há gente com sangue-frio para, mesmo neste ambiente, se entregar a inaugurações de armazéns e galas turísticas, entre outros afazeres …

Também, convenhamos, a chefia não se deve entrar em pânico, que se diz, “é a mãe de todos os descalabros” em situações de crise.

De resto, depois de cada acto brutal dos bandidos de ontem e de hoje, lá vem a media acocorada repetir que a situação tende a voltar à normalidade.

REFINALDO CHILENGUE

 Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 15 de Junho de 2018 na rubrica semanal TIKU 15!.

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