A vez de Daniel Francisco Tchapo

O actual governador da província meridional moçambicana de Inhambane, Daniel Francisco Tchapo, foi domingo à noite eleito candidato do partido Frelimo para as eleições de 09 de Outubro próximo, após cilindrar Roque Silva, secretário-geral da Frelimo, que de imediato colocou o seu lugar à disposição.

Roque Silva Samuel era aposta pessoal do actual presidente do partido Frelimo, Filipe Jacinto Nyusi, ele próprio, que considerou este desfecho como o fim das especulações do sobre um terceiro mandato.

Tendo em conta o actual panorama político moçambicano (Redactor N° 6810, pág. 6), não restam dúvidas que Daniel Tchapo será o primeiro chefe de Estado de Moçambique nascido na região Centro e depois da independência do país, proclamada a 25 de Junho de 1975.

“Terminou a novela das especulações, incluindo a especulação do terceiro mandato (…) Especulavam por medo. A Frelimo respeita as leis e não havia nenhuma razão de especular porque está na lei”, afirmou Filipe Nyusi, ao intervir no encerramento da reunião extraordinária do Comité Central do partido que durou três dias, contra um inicialmente programado.

Aquele órgão aprovou no domingo, com 225 votos (94,1%), a escolha de Daniel Tchapo, como candidato ao cargo de Presidente da República pela Frelimo nas eleições gerais de outubro.

“Vamos todos carregar a ele. Ele é a primeira cara do nosso partido nas eleições do dia 09 de Outubro”, acrescentou Filipe Nyusi, eleito Presidente da República em 2014 e que atingiu o limite constitucional de dois mandatos.

Daniel Tchapo, 47 anos, é formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, em 2000.

Nasceu em Inhaminga, província de Sofala, Centro de Moçambique, em 06 de Janeiro de 1977, sendo por isso o primeiro candidato da Frelimo nascido já depois da independência do país (1975).

A comissão política aprovara na sexta-feira (03 de Maio) uma lista de pré-candidatos com os nomes de Roque Silva, secretário-geral do partido, Daniel Tchapo e Damião José, este membro daquele órgão, que levou no mesmo dia à reunião extraordinária do Comité Central que se iniciou pouco depois na escola do partido, na Matola, arredores de Maputo.

Após dois dias de intenso debate interno no Comité Central, em torno da lista proposta, a comissão política acrescentou, no domingo, os nomes de Esperança Bias, presidente do parlamento, e de Francisco Mucanheia, conselheiro de Nyusi, enquanto Damião José acabou por sair da corrida.

De acordo com os estatutos da Frelimo, cabe à Comissão Política a função de apresentar aos membros do Comité Central a lista com três nomes de pré-candidatos ao cargo de Presidente da República.

Breve perfil de Tchapo

Daniel Francisco Tchapo em acção política

Daniel Francisco Tchapo fez o curso de Conservador e Notariado em 2004 e dez anos depois concluiu o mestrado em Gestão de Desenvolvimento pela Universidade Católica de Moçambique. Foi ainda docente de Direito Constitucional e Ciências Políticas, trabalhou como locutor na Rádio Miramar, na cidade da Beira, e foi nomeado conservador para o distrito de Nacala-Porto em 2005.

Em Novembro de 2015 assumiu as funções de administrador do distrito de Palma, na província de Cabo Delegado, Norte de Moçambique e em Março de 2016 foi nomeado governador da província de Inhambane, “capital do turismo” do país.

Desde a independência de Moçambique todos os chefes de Estado foram indicados pela Frelimo, casos de Samora Machel e Joaquim Chissano (Sul) e Armando Guebuza e Filipe Nyusi (Norte), pelo que Daniel Tchapo é o primeiro, indicado, nascido na região Centro do país.

O prazo limite para apresentação ao Conselho Constitucional das listas de candidatos a Presidente da República nas eleições de outubro é 10 de Junho.

Moçambique vai realizar em 09 de Outubro as sétimas eleições presidenciais e legislativas, as segundas para os governadores provinciais e as quartas para as assembleias provinciais.

Redactor

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