Absa Bank Moçambique

Absa Bank Moçambique conseguiu, em 2020, um lucro líquido de cerca de 259 milhões de meticais, significando uma redução de 75.3% em relação ao ano anterior, o que representa também uma redução do retorno sobre os capitais próprios de 14.7%, para 3.4%.

Estes dados foram revelados ao público nesta quinta-feira durante uma sessão virtual dos resultados do exercício do ano anterior desta instituição financeira, reflectindo um forte crescimento no crédito à economia, e reforça o enfoque no nível de serviço e oferta tecnológica

Apesar do abrandamento da actividade económica causado pela COVID-19 e as medidas de alívio aos clientes, com a suspensão temporária de cobrança de taxas e comissões sobre transações digitais, as receitas totais do Absa Bank Moçambique ainda assim subiram e situaram-se em 4,745 milhões de meticais, de acordo com os dados disponibilizados.

Ao que foi dado a saber, este crescimento foi, em grande medida, impulsionado pelo rendimento líquido de juros, com um crescimento de 4.8%, como resultado do significativo crescimento do balanço.

Por outro lado, os custos operacionais situaram-se em 4,116 milhões de meticais, um aumento de 19.7% em relação ao ano anterior.

O Administrador Delegado do Absa Bank Moçambique, Rui Barros, explicou que os custos adicionais resultam de investimentos no âmbito da melhoria de processos e sistemas sob a nova identidade Absa, com o objectivo de prestar um melhor serviço aos clientes e uma melhor experiência de trabalho aos colaboradores.

“A diferença entre a perspectiva normalizada e a perspectiva estatutária reflecte os custos directos associados ao programa de separação. Os custos com este programa diminuirão durante os próximos três anos, já que estão relacionados com os encargos com a utilização dos activos específicos que apoiaram a transição. A par com a diminuição destes custos, a plena incorporação dos benefícios resultantes das melhorias nas infra-estruturas físicas e tecnológicas do Banco aplicadas durante a separação, bem como as eficiências geradas através da expansão do património digital, começarão a ser evidentes a médio prazo”, disse.

Com efeito, o rácio de eficiência (custos/receitas) sofreu uma deterioração de 75.0% para 86.7%, resultado de um crescimento da base de custos mais acentuado do que o crescimento da receita.

No que concerne à imparidade, o resultado obtido é igualmente consequência dos impactos adversos relacionados com a pandemia, que causaram acrescidos níveis de incumprimento, produzindo um custo estimado de 147 milhões de meticais.

“A imparidade continua, ainda assim, controlada e dentro dos níveis de tolerância estabelecidos pela governança do Banco. Aliás, a larga maioria destas imparidades resultam de perdas potenciais e não efectivas, mas que numa lógica conservadora e de acordo com as melhores práticas contabilísticas internacionais, o Banco constituiu em 2020 para que quaisquer consequências futuras estejam já precavidas”, disse Rui Barros.

Não obstante a redução acentuada dos lucros após impostos, o Absa Bank Moçambique continua com níveis de liquidez adequados, tendo o seu rácio regulamentar se situado, no final de 2020, muito acima dos níveis requeridos regularmente e dentro do apetite de risco do Banco.

O rácio de solvabilidade situou-se em 18.3%, acima do requisito regulamentar de 12%.

Paralelamente, os processos de transição digital foram acelerados (lançamento do Novo FX, do Absa Access e disponibilização de novas funcionalidades na Aplicação Móvel), permitindo o ajustamento do modelo de serviço.

No contexto do COVID-19 e ao abrigo do regime especial de auxílio proporcionado às famílias e às empresas, o Banco, assumindo o seu compromisso social, concedeu 2820 mil moratórias que totalizaram 1.98 mil milhões de meticais com referência a 31 de Dezembro de 2020.

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