Advogado da marca
Advogado da marca – As recentes ameaças de que foi alvo a jornalista Marta Afonso, repórter do jornal A Carta, levaram-me escrever este texto, como forma de aconselhar gestores públicos e privados.
É comum em qualquer negócio que os gestores se preocupem em ter um advogado para que os defendam em matérias fiscais e judiciais e sobretudo evitar problemas com o Estado.
No entanto, muitos dos casos judiciais a que os advogados defendem, não se tornam públicos por razões óbvias, no entanto a marca tem sua sensibilidade, sendo o julgamento desta, social, podendo algumas vezes, chegar também ao judicial.
Um caso judicial tornado público afecta negativamente a marca e um beliscão a identidade da marca pode levar o negócio ao judicial.
Isto quer dizer que, não basta apenas ter um advogado de negócio, é preciso ter um advogado da marca que o represente nos corredores da imprensa e também nos bastidores dos seus stakeholders.
Há, também, aqueles que só procuram advogados dos seus negócios em momentos de apuros para evitar custos fixos com este tipo de profissionais, mas a fasquia sobe quando contratamos para gestão de uma crise.
O mesmo se sucede com a reputação, ela deve ser gerida no quotidiano para evitar e antecipar crises e sobretudo evitar que a marca seja citada negativamente nos meios de comunicação social.
Um advogado de negócio vai lhe explicar com base na lei como manter o seu negócio em conformidade e um advogado da marca vai lhe explicar como conectar positivamente a sua marca junto do seu público.
Não adianta pensar que a manutenção destes profissionais é um custo. É um seguro do seu negócio e da sua marca, por isso mantenha os dois, seja internamente ou em regime de outsourcing, mas não os evite para não ficar de “saia justa e perder a cabeça”.
Estamos na era da informação e ela flui à velocidade da luz, mas pode ser controlada e direcionada.
PEDRO LANGA
Especialista em comunicação corporativa