Aeroporto de Poiombo
Com aquela pompa que é circunstancial em cerimónias/eventos presididos pelo Chefe de Estado, esta quarta-feira não foi diferente quando Filipe Nyusi foi a Poiombo visitar o local onde está projectado o aeroporto/aeródromo local, que os seus defensores lhe conferem prioridade, com teses em sua defesa.
Poiombo situa-se a aproximadamente 220 quilómetros a Norte da cidade de Maputo e o plano – sem calendário exacto – é de construir um aeroporto onde possam aterrar aeronaves com capacidade até 70 passageiros e está orçado em 50 milhões de dólares norte-americanos.
Dizem os membros dos grupos dinamizadores/defensores da urgência e pertinência da existência de um aeroporto/aeródromo em Gaza (a única província até agora sem este tipo de infra-estrutura de referência) que a mesma é crucial e não constitui um esforço supérfulo.
Acrescentam que a infra-estrutura acrescentará valor no desenvolvimento do turismo nesta divisão administrativa, assim como servirá de alternativa, em caso de emergência ou indisponibilidade do Aeroporto Internacional de Maputo (Mavalane) – incluindo mau tempo ou congestionamento.
Actualmente, em caso de necessidade ou urgência, o aeroporto alternativo ao de Mavalane é um dos dois principais de Gauteng, na vizinha África do Sul, (OR Tambo ou Lanceria) – aproximadamente 600 quilómetros de Maputo, com todos os custos e constrangimentos que isso implica.
Todavia, vozes erguem-se alto e bom tom questionando essa urgência e pertinência, alegando que no lugar do aeroporto/aeródromo se devia dar prioridade à construção e/ou reabilitação das rodovias dequele território, e indicam algumas delas, tais como são os troços Chissano-Chibuto, Chibuto-Guijá, Chókwè-Mapai-Chicualacuala, Chibuto-Alto-Changane-Maqueze-Mohambe-Nlhanganine (ou Changanine), entre outros, que até fazem comunicação com as províncias vizinhas de Inhambane, no Sul, e Manica (Centro).
São para aqui chamadas também pelos defensores da primazia para os itinerários rodoviários as secções Chibuto-Chipadja-Mangwenhane-Manjacaze, Guijá-Mbala, Vala-Maimane-Nalazi-Nhangwenya, Guija-Mbala-Vala-Gumbane-Nalazi-Nhanale-Dindiza e Mapai-Chicualacuala-Massangena-Manica.
Mas, prontos, parece que quem defendia que antes de se implementar uma decisão deve-se auscultar o povo, porque no povo essas opções/decisões terão impacto (positivo ou negativo) morreu com os seus ideais, quem cresceu delas se alimentando e nelas crendo, das duas uma: ou se conforma com os novos/actuais ventos, ou se suicida!
Refinaldo Chilengue
Este artigo foi publicado em primeira mão no dia 21 de Abril de 2017 no jornal Correio da manhã, na sua versão em PDF, na rubrica semanal TIKU 15.