África

“…Gila, o nosso amigo General BONIFÁCIO GRUVETA MASSAMBA, nacionalista africano, moçambicano e zambeziano de primeira água, celebra hoje, dia 5 de Julho de 2024, mais um ano do seu nascimento em Domela, Namacata, Quelimane, Zambézia, Moçambique, África!”

Pão, primeiro. Educação, depois. Dois mil anos depois de o Livro Bíblico “A Sabedoria” ter sido escrito, no Século I antes de Cristo, na cidade egípcia de Alexandria (página 1110, in Bíblia Sagrada Africana), o economista Jeffrey Sachs no seu livro “O Fim da Pobreza” equaciona desta forma a sequência dos aspectos que devem ser abordados para que a pobreza no Mundo e em África seja erradicada. Pobreza esta que impede a África de ser considerada rica e desenvolvida e se liberte definitivamente da designação de “continente potencialmente rico”. Ainda no decurso do milénio em curso, África, querendo, e se os “parceiros de cooperação” a deixarem, poderá ser, de facto, um continente rico e desenvolvido.

Mas para que este sonho se transforme em realidade, África deverá começar a “auto-acreditar-se” em si própria. Temos de produzir o que comemos. Temos de dominar a ciência e a técnica. A ciência e a técnica são património da humanidade. Estas pertencem ao Homem. África terá de implementar políticas de educação tendentes a fazer com que o povo do nosso continente domine a ciência e a técnica e as aplique domesticamente, sem necessitar de ir vender os seus conhecimentos ao estrangeiro. A matemática não tem dono. O fogo é de todo o mundo.

De uma forma geral, através do governo colonial, a maioria do povo africano viu a sua força intelectual negativizada, anulada, nihilizada pelas culturas europeias. Isto, infelizmente, levou várias vezes ao abandono de muitos valores africanos positivos, tanto culturais, como científicos e até religiosos, resultando numa certa perda de identidade e, portanto, num empobrecimento. Por esta razão, os ensinamentos que foram trazidos para a África tenderam a ser superficiais, estranhos e, colectivamente, rejeitados, com a agravante de nos tentarem dizer que tínhamos de imitar comportamentos e hábitos trazidos a nós no bojo das caravelas dos descobridores (encobridores). Atenção, libertemo-nos da balela e ficção constantes da dita história universal, segundo a qual nós fomos descobertos através dos descobrimentos (encobrimentos) europeus.

Através da educação as cúpulas que ora dirigem África devem ensinar-nos, com paciência revolucionária, paulatinamente, que não temos razões para continuarmos a imitar os elementos negativos da cultura e saber trazidos pelos estrangeiros para o nosso continente. No âmbito da globalização, a necessária e desejável divisão internacional do saber e do trabalho não deverá nunca significar a mera subjugação, rendição ou asfixia dos nossos valores ante os que vêem lá de fora.

África, “mutatis mutandis”, deverá estudar a experiência dos países asiáticos, árabes que mandam a sua juventude estudar além-fronteiras e encoraja-a a regressar aos seus países de origem munida de ciência e tecnologia. Em termos económicos temos de ensinar primeiro aos nossos jovens qual o verdadeiro significado de Pátria. Depois passemos então a explicar-lhes o que é economia. O que é um recurso nacional esgotável. O que é Produto Interno Bruto. Porque temos de, imperiosamente, industrializar os nossos produtos primários antes de os exportarmos em bruto, dado que estamos a oferecer os valores acrescentados ao exterior. Temos de saber porque é importante poupar.

Não há, infelizmente, um catecismo que nos ensine a libertar o nosso continente da pobreza. Mas se um punhado de homens através do credo religioso conseguiu em dois mil anos introduzir alguns dos seus valores dentro da realidade africana, acredito que os 54 países de África, sob a égide da União Africana, poderão em menos tempo definir políticas realistas, tendentes a libertar o nosso continente da sua pobreza milenar. A questão é que ser pobre (empobrecido) não é um fado para a África!

ANTÓNIO MATABELE *

  *Economista

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 05 de Julho de 2024, na rubrica de opinião denominada N’siripwiti – gato do mato.

Caso esteja interessado em passar a receber o PDF do Redactorfavor ligar para 844101414 ou envie e-mail para correiodamanha@tvcabo.co.mz 

Também pode optar por pedir a edição do seu interesse através de uma mensagem via WhatsApp (84 3085360), enviando, primeiro, por mPesa, para esse mesmo número, 50 meticais ou pagando pelo paypal associado ao refinaldo@gmail.com

Gratos pela preferência

https://www.facebook.com/Redactormz

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *