Al-Shabab em Moçambique?

A notícia foi difundida na manhã desta quinta-feira pela insuspeita Rádio Moçambique (RM), o canal público de radiodifusão nacional, cujos profissionais nos habituaram a tratar e a difundir as matérias com isenção e profissionalismo, mesmo em momentos politicamente “agitados”: homens da Al-Shabab assaltaram três instalações da Polícia da República de Moçambique (PRM), incluindo o respectivo comando distrital da corporação em Mocímboa da Praia, Cabo Delgado.

Rescaldo, até ao meio-dia desta quinta-feira: pelo menos cinco mortos, dentre eles dois agentes da PRM, outros tantos assaltantes e um par de presumíveis atacantes detidos, para além de vários feridos, com combates ainda em curso em diversas localidades da província, segundo fonte policial.

Nos meus registos, este é o segundo ataque contra alvos da PRM no Norte de Moçambique em menos de dois meses, noticiado por meios de comunicação social mais ou menos oficiais, e assacado a presumíveis elementos da Al-Shabab.

Em 28 de Agosto o jornal Notícias destacava que no dia 27 do mesmo mês atacantes da Al-Shabab haviam assaltado o comando distrital da PRM em Mogovolas, na província de Nampula, matando um agente da corporação e roubado diverso equipamento militar, incluindo armas de fogo.

Como dizia há uma semana, Moçambique começa a colher os frutos da porcaria que alguns dos integrantes das suas instituições têm vindo a semear de há uns tempos a esta parte.

É sabido que em Moçambique há gente que facilita a entrada, permanência e/ou trânsito, por este país, de todo o tipo de pessoas, a troco de alguns trocados, sem medir as consequências desses actos irresponsáveis para as actuais e vindouras gerações.

Hoje, o nosso país é habitado por indivíduos de diversas nacionalidades, que aqui entraram e permanecem, irregularmente, e, até, alguns obtiveram Bilhetes de Identidades e Passaportes (incluindo os diplomáticos).

Hoje por hoje já pode ser tarde demais para “dar a volta ao texto”, porque nem se sabe quantos e onde estão esses indivíduos que entraram em Moçambique e alguns deles obtiveram documentos nacionais, a troca de “uma sopa fria”.

O que não se sabe é se Moçambique estará em condições de enfrentar esses homens que causam valentes “dores de cabeça” a forças de defesa e segurança bem organizadas, numerosas e equipadas como as dos EUA, Iraque, Líbia, Síria, Quénia, Sudão, Yémen, Nigéria e Somália, só para citar alguns exemplos.

Se andamos a brincar com fogo, agora é chegada a hora de nos queimarmos, coisa que evidentemente devíamos e podíamos ter evitado.

Diz o velho ditado que quem semeia ventos colhe tempestades!

REFINALDO CHILENGUE

Este texto foi publicado em primeira mão na versão PDF  do Correio da manhã no dia 06 de Outubro de 2017, na rubrica semanal TIKU 15!

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *