Ao que alguns absurdos podem conduzir

Ao que alguns absurdos podem conduzir – Uma onda inusitada de solidariedade, indignação e protestos repentinamente se ergueu em prol de três crianças talentosas e alguns dos seus familiares que satirizaram um quotidiano do domínio de quase todos, e contra um incompreensível esforço de julgar os mesmos, alegadamente porque difamaram e caluniaram o Estado.

Aparentemente, os solícitos “digníssimos”, provavelmente parados no tempo, avaliaram levianamente o impacto que a sua iniciativa causaria numa sociedade exacerbada, informada e exigente.

As manifestações de solidariedade, indignação e protestos tem vindo de uma federação de transversal extractos sociais e de pensamento, assumindo uma escala nacional e um tom marcadamente político e social, que rapidamente se estão a transformar num descomunal coro de condenação ao desempenho da já profundamente desacreditada esfera da Justiça, com réplicas de sátiras, novas e velhas.

Há muito que o país é palco de manifestações múltiplas, mas dispersas e pouco mediáticas, grosso modo desencadeadas por vendedores de rua, despedidos sem justa causa ou mal recompensados, espoliados depois de darem gás algures fora de fronteiras nacionais, professores, médicos, etc., etc.

Esta onda em solidariedade com as crianças humoristas, ou, futuramente, uma outra qualquer, pode, um dia destes, resvalar para uma contestação aberta contra o próprio regime.

Exemplos disso são aos montes, em eventos ocorridos noutras latitudes há décadas e/ou nos dias que correm e dispensam pesquisas científicas apurá-los. Os (des)governantes desses países não eram de todo uns molezas, mas ninguém ou nenhuma força é capaz de travar um povo furioso, quando cansado de injustiças.

Um dia, alguns absurdos podem conduzir um país inteiro a um precipício de difícil controlo. Provavelmente o rastilho está aí e a pólvora à volta, faltando apenas um pretexto para a largada que, aparentemente, há desocupados que, ávidos de mostrar serviço e aparecer, pretenderem facilitar.

Importa referir que o vídeo que suscitou esta “corrida” toda nem é recente…

Alguém terá que, rapidamente, colocar travão nesta palhaçada indecorosa, para que não pareça algo superiormente desenhado, a não ser que a nossa Justiça tenha batido fundo em termos de nível e foco de actuação.

Não gostaria de ser como o escritor e biólogo Jean Rostand (1894-1977), que morreu se sentido optimista quanto ao futuro do pessimismo, porque, como um amigo editor nacional repete sempre que entramos nas profundezas das nossas cavaqueiras, O FUTURO DA HUMANIDADE É A LIBERDADE.

A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras!  Digo/escrevo isto porque que ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente. (Ao que alguns absurdos podem conduzir)

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 02 de Dezembro de 2022, na rubrica TIKU 15.

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