Apelados a orar

Apelados a orar – Caminha para o fim o período de campanha eleitoral rumo às quintas eleições autárquicas multipartidárias de Moçambique que, infelizmente, apesar de ter sido regado a sangue e prenhe de atropelos é rotulado como estando a decorrer NORMALMENTE, numa clara legitimação e banalização do ANORMAL.

Tenho dificuldades de compreender/aceitar a naturalidade de disparos de armas de fogo, seja a que pretexto for, em plena campanha eleitoral, de compreender a indiferença (de quem de direito) ante a intolerância do pensar e opção diferente em determinadas regiões, a promiscuidade descarada entre um determinado partido/Estado/Governo e respectivos recursos (humanos, financeiros e materiais) e a colocação de propaganda política em locais impróprios.

Das poucas vantagens deste período eleitoral posso apenas destacar o enriquecimento relativo dos guarda-roupas de muitos e a clarificação de algumas zonas de penumbras no relacionamento de muitos que duraram décadas, porque, quanto ao que se esperava, esclarecimento sobre os manifestos eleitorais, foi quase zero, ou quase: um festival de mentiras e algumas boçalidades pelo meio.

Oxalá as exclusões de candidatos, a intolerância, a violência, entre outros atropelos que caracterizaram os período pré e durante a campanha eleitoral não precipitem, de novo, à recusa dos resultados eleitorais por alguns e, novamente, resvalarmos para a confusão e, os que hoje fingem nada ver e se mantêm mudos e serenos, voltem à ribalta para nos apelar a orar pela paz!

Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, em campanha eleitoral a favor do partido FRELIMO
Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, em campanha eleitoral a favor do partido FRELIMO

A escolha é toda nossa: ou conduzimos os processos que propalamos com toda a seriedade, ou acabaremos como adolescentes brincalhões e irresponsáveis.

Todos os males começam assim: repugnando a maioria responsável e sensata, depois tolerados, a seguir permitidos e finalmente obrigatórios.

Indignemo-nos pois, todos, hoje, com os disparos, violência, desacatos, intolerância e o boçalismo durante a campanha eleitoral para que estas práticas nunca sejam OBRIGATÓRIAS em tempos tais!

Na quarta-feira votemos todos por Moçambique nas 53 autarquias!

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 05 de Outubro de 2018 na rubrica semanal TIKU 15!

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