Arbitrariedade na criação das leis
Não se sabe se estamos bem ou mal. Não se sabe a quem seguimos neste país e para onde nos levam. Há festa de arbitrariedades em todo o país assim como dança da morte do gato, pois os ratos vagueiam.
Um país sem compromisso social vive adivinhando o que pode fazer. Há dias ou anos, eu disse que para ver se o peixe está podre, toque na cabeça. Enquanto temos um alto magistrado que só se anima com os atributos, os súditos inventam leis a seu favor. O senhor inaugurador perdeu horizonte e diverte-se com a miséria do seu povo. Pobre moçambicano!
Uns acusam carros importados de degradarem as estradas. Outros ofendem o povo dizendo que tem três refeições diárias, alguns abusam vergonhosamente o povo com o agravamento das tarifas de internet e chamadas de voz. Que absurdo!
Agora vêm com leis de proibição de carvão. Afinal o Conselho de Ministros é para o quê? Semear a nádega na cadeira e insultar o povo com leis restritivas à sua sobrevivência?
A quem interessa essa desordem? Quem ganha com esse festival de arbitrariedades? Que benefícios os moçambicanos têm com leis caóticas vindas de gente rica com interesse de oprimir gente miserável? O Governo fará canalização de gás domiciliar gratuito?
Houve alguma auscultação pública? Qual o papel da Assembleia da República, uma espécie de ratos roedores? Ou um covil de desocupados esperando ordens do Executivo? Que povo esse grupo de moçambicanos defende? Qual o rácio entre povo e deputado? Qual o nível de conhecimento da precariedade dos moçambicanos?
A ser assim, devemos alugar o país para que copiemos do bom que o inquilino irá oferecer aos moçambicanos. Único passo para sairmos do sufoco deste país é alugando-o. Nós estamos numa jaula onde não há saída e quem consegue sair se sente herói e tenciona voltar como colono.
Quem irá nos ajudar aqui no país? Medicamentos vivem no armazém, por isso não chegam às mãos do povo. A quem esses lumpens servem? Que agenda eles têm para com os moçambicanos?
Definitivamente, devemos e com a máxima urgência alugar o país. Não se trata de humor e muito menos de ironia, isso é sério. Se não aguentamos administrar o país, aluguemo-lo.
Não pode haver moçambicano que pague multa por usar carvão ou carregar no seu carro algum saco de carvão. Essa lei deve cair por terra o quanto antes, não procede, não ajuda. Quem ajudou no desmatamento neste país não foram os carvoeiros, foi gente graúda bem posicionada que deu contrato aos chineses para desflorestarem o nosso país. Agora a culpa é do carvoeiro?
Há quem sobrevive da venda do carvão. Como um saco precisa de licença? Quanto custará essa licença? Pensam que pagarão as dívidas com taxas elevadas em tudo quanto é canto? Sabem o que são 20.000 meticais para um moçambicano que não consegue se alimentar correctamente?
Pensar custa. Mas também pensar bem deve ser um trabalho doloroso, por isso eles não se dão tempo de pensar bem. Toda a lei que limita o povo deve ser revogada imediatamente. Portanto, neste país, não há mais condições para sobrecarregar os moçambicanos.
JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA
Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 05 de Junho de 2024.
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