Arménios queimam
Arménios – Arménia e Azerbaijão, antigos territórios da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) estão de costas voltas por causa de Nagorno-Karabakh.
O Presidente Russo, Vladimir Putin, mediou o conflito armado étnico entre os dois países.
Os dois países chegaram a acordo que inclui a entrega de terras habitadas pela população de origem arménia ao Azerbaijão.
Arménios descontentes com o acordo decidiram queimar suas próprias casas e emigraram por excesso de orgulho nacionalista.
Acompanhei a notícia em vários canais internacionais de televisão com alguma preocupação, considerando que depois da vida, a paz é bem supremo da humanidade.
Consta que as terras em causa pertencem ao Azerbaijão.
Vladimir Putin conhece bem a história geográfica dos antigos territórios da URSS.
Conservadores arménios não perdoaram o seu Primeiro-Ministro que aceitou o acordo de entrega de terras em troca da paz.
Depois da queda do muro de Berlin que marcou o fim da chamada guerra fria no início da década de 1990, o mapa da Europa/Ásia foi alterado, com países que faziam parte da URSS a tornarem-se independentes, mas dentro dos Estados “livres” houve revoltas étnicas separatistas, esvaziando o princípio segundo o qual a “união faz a força”.
Mesmo a Jugoslávia que era Estado Federado desintegrou-se em pequenos territórios independentes de acordo com grupos étnicos.
Na África do Sul, o governo sul-africano ignora uma situação que tarde ou cedo pode provocar guerra.
Um grupo de ultraconservadores afrikaners, de origem holandesa, está a criar desde 1991, um ano depois da libertação de Nelson Mandela, o seu próprio Estado chamado Orania, na província do Cabo do Norte. Em 2004, os habitantes de Orania cunharam a sua própria moeda chamada, o Ora que circula dentro com paridade em relação ao Rand, moeda nacional da África do Sul.
O excesso de nacionalismo de Adolfo Hitler é um dos factores da Segunda Guerra Mundial que matou 85 milhões de pessoas em seis anos (1939-1945).
Na Etiópia, grupo de fanáticos nacionalistas da região de Tigray defende independência do resto da Etiópia. O governo central procura manter a união com força das armas. Mais de 20 mil pessoas fugiram para o vizinho Sudão nos últimos sete dias.
A pobreza e a exclusão que parecem ser causas que motivam apetites independentistas não se resolvem com separação.
Diálogo permanente e transparência na gestão do bem público podem ajudar na solução de vários problemas da pobreza.
Muitos países pequenos, particularmente africanos, são pobres por causa da corrupção das elites governativas.
O reino de Eswatini, antiga Suazilândia, com 1.16 milhão de habitantes, mesmo ao lado da África do Sul, é pobre.
São Tome e Príncipe com 211.028 habitantes é um dos países mais pobres do Mundo.
THANGANI WA TIYANI
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 18 de Novembro de 2020, na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE
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