Até para recolher lixo precisamos de ajuda?
O país foi estuprado a ponto de sangrar em frente do médico e ele não puder fazer nada. A precariedade escalou níveis assustadores e faz com que o país seja refém de ajudas e não se movimente para lado da melhoria. É deplorável a situação!
Os nossos políticos são tão ocos que assustam até o universo. Já se viu aonde que para varrer a casa deve esperar a visita que varra para o dono se sentir bem? Até aonde queremos atracar com este país que outrora era cobiçado e agora virou uma espécie de piada? Japão disponibiliza um milhão de dólares para retirada do lixo no Norte. Isso no mínimo devia ser vergonha para todos os dirigentes, escândalo para os moçambicanos. Não pagamos impostos nós? Para que serve os impostos e onde são aplicados?
Aliás, a partir do momento em que um dirigente não consegue pagar salários aos funcionários públicos, devia ser demitido urgentemente. Este país, o problema está com o povo e não com os desocupados que chamamos de dirigentes. Eles têm seus planos, um deles é de delapidar o país e o segundo é sempre ser reeleito para continuar a urinar nos pratos do povo.
Não temos dinheiro para nossas estradas, escolas, carteiras, hospitais e seus insumos, não se pode abrir concurso por três anos etc. O que nós como país servimos? De que fomos feitos? Para aonde estamos a ser levados?
Que país é este em que os dirigentes não têm vergonha? Não têm compromisso e dedicação? Não têm boas acções? Até que ponto o país será Moçambique dos moçambicanos e com orgulho de moçambicanidade?
Se com simples lixo não conseguimos remover, que tal construir universidades, hospitais bem equipados, escolas de raiz, estradas alternativas e bem feitas? O país consegue dar mais de dois bilhões aos Sidat, mas não consegue abrir uma biblioteca ou tirar uma lata de lixo para a lixeira. Isso é preocupante!
Os nossos dirigentes brincam com dinheiro e vêm o dinheiro como tudo na vida deles. É com o dinheiro que constroem suas mansões, compram seus carros de luxo num estado caracterizado de miséria e sofrimento. Os moçambicanos são os culpados desta tragédia chamada governantes, esta desgraça chamada dirigentes.
Enquanto não juntarmos forças para que em conjunto lutemos por este país, sempre os gananciosos emprestarão dinheiro em nosso nome, mas que suprirá necessidades pessoais deles. Nós apenas serviremos como fonte de receita e boladas.
Se com este modelo de governação em cujo povo moçambicano é apenas uma espécie de coletoria nos satisfaz, continuemos apoiando quem vem desde 1975 nos escravizando em substituição do colono branco. E se, caso não for isso, removamos o opressor e reconstruamos o país dos nossos sonhos. Eu ao menos, tenho esperança que isto vai passar e está quase, primeiro virão as mortes e sangue será derramado de tudo quanto é canto.
Porque para convencer um cão a deixar a carne, a luta é grande. O esforço é maior e haverá choros. Para se restabelecer a ordem, primeiro tem de vir o caos. E isso não está longe, eu não diria que o povo está cansado, diria que o povo está cada vez se conhecendo e se encontrando. Se estivesse cansado faria o pior e isso não queremos. Queremos luta no campo de ideias e não na força do ódio. Até quando viveremos de apoios?
É uma vergonha depender de terceiros para se remover um simples amontoado de lixo. Isso não é questão de partido, é a nação onde todos vivemos e que deve ser um espaço onde o moçambicano trabalha e se sinta dono de tudo e que ninguém venha para humilhar a ninguém. Temos capacidade para tal.
Se os dirigentes são e forem ociosos, o povo deve ser forte. Se eles são e forem covardes, o povo deve ser valentão e dono do seu nariz. Não vamos depender tudo de parceiros, afinal, onde estará nossa bravura como moçambicanos? Aquela bravura que nos levou a lutar pela liberdade, pela democracia, pelo Moçambique? A bravura de Joana Simeão, Amurane, Dhlakama, Samora, Josina Machel, Eduardo Mondlane, André Matsangaissa entre outros?
Nos últimos dez anos o país não fecundou e nem pariu nada. Aliás, pariu bajuladores, ricos dirigentes e interesseiros. Não tivemos nada que nos possa orgulhar como moçambicanos. Tivemos vergonha e tudo justificado para se manter a riqueza dos ricos. Qual é o projecto para com este país? Um país que produz mais agentes da polícia e menos cientistas? Um país que adultera a segurança? Um país que persegue activistas é jornalistas? Um país que sequestra empresário e reduz os investimentos? Que país é esse?
Intencional ou não, é hora de os moçambicanos acordarem do sono profundo e se doarem como prova de bala com o intuito de recuperar o país das mãos dos gatunos. Eles sim são gatunos e malandros, pessoas sem piedade e pudor. Não são os dirigentes que queremos e nem pretendemos.
Neste país, queremos gente que nos orgulhe, que preste para alguma coisa e que tenha compreendido sobre o sentido de nação. Onde eles estão? Somos nós que temos um pingo de vergonha. A luta continua, ao menos do nosso lado com a mente, caneta e papel timbrado.
E agora, aquilo que disse Papa Francisco, os cristãos devem se meter na política, pois a política pressupõe luta pelo bem comum. Os leigos devem trabalhar na política e se inserirem usando os ensinamentos do nosso Senhor Jesus Cristo: amar o outro, ser fiel e obediente, respeitar a vida e se preocupar com o próximo. Onde estão esses cristãos para recuperarem a pouca honra que resta ao país?
Você está satisfeito em que tudo seja por meio de ajuda externa? Não são os nossos dirigentes que têm agendas externas para este país? E você, vai fazer o que?