Aulas do vizinho aqui ao lado
Aulas do vizinho – É verdade que em nenhuma parte do Mundo existem sistemas perfeitos, no entanto, existem locais onde os gestores da coisa pública se esforçam em fazer o melhor possível, ou, no mínimo, dar indícios de esforço para tal.
A vizinha República da África do Sul de imaculada não tem nada, tanto mais que é considerado um dos mais violentos dentre os países que não estão em estado de guerra.
No entanto, os seus gestores tentam fazer algo para emprestar uma imagem razoável no concerto das nações.
Em menos de quinze dias, a vizinha República da África do Sul deu verdadeiras aulas de seriedade. Primeiro foi como geriu as recentes eleições municipais e, segundo, como está a tratar o dossier Manuel Chang.
No assunto doméstico – eleições municipais – as mesmas decorreram de forma civilizada (sem relatos das habituais escaramuças durante a campanha eleitoral, como sucede num certo sítio). A votação decorreu de forma ordeira e os resultados foram divulgados em menos de uma semana, e não volvidos meses, também como acontece “naquele local”.
Porque caracterizado por uma lisura invejável, não se ouviram reclamações de relevo em torno do processo eleitoral, muito menos declarações de um ou mais concorrente de recurso às armas, como sucede “naquele local”, onde os mesmos ganham, continuamente, de forma retumbante, asfixiante, qualquerizante, etc., etc.
Como os concorrentes são todos sul-africanos e o objectivo final de todos é melhor servir aos sul-africanos, decorrem negociações, dependendo de cada circunstância, para conseguir entendimentos que conduzam a alguma estabilidade governativa em todos os municípios. Verdadeiras aulas de convivência democrática entre filhos da mesma pátria, independentemente das suas convicções políticas e ideológicas.
Sobre o dossier Chang, os EUA pediram a detenção do nosso compatriota, que até 29 de Dezembro de 2018 era um “ilustre excelência” entre nós. Apenas depois disso, a nossa PGR fez aquela vergonha toda que todos acompanhamos, para no dia 10 de Novembro deste 2021, receber, por via da juíza, Margarete Victor, um certificado de ridícula.
A vizinha África do Sul, longe de ser uma virgem santa, mostra que se esforça por separar, mas complementar os poderes estabelecidos, e nada daquela salada russa que se “consome” naquele sítio onde, por exemplo, apesar de permitido por lei, na prática é proibida/combatida a genuína oposição, impedidas manifestações pacíficas e, depois, quando alguns perdem a paciência e atiram pedradas ao charco, se finge espanto e se apela às rezas …
“Um duro revés à Justiça moçambicana”, como diz o outro, portanto, oxalá se aprenda algo destas aulas que vem do vizinho mais a Sul de Moz!
Depois dá nisto: alguns dos nossos manos a fingir que não estão interessados nem com vontade de viajar, tudo por recear cair nas malhas da Justiça internacional. Fica feio e é muito penoso, apesar de andar numa de palestrantes sobre combate à corrupção. Acredito que acreditam que não os levamos a sério, porque de sério nada têm.
A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras! Digo/escrevo isto porque que ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente.
REFINALDO CHILENGUE
Este artigo intitulado “Aulas do vizinho aqui ao lado” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 12 de Novembro de 2021, na rubrica de opinião denominado TIKU 15
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