Balanço negativo do CAN19
Balanço negativo – O Egipto acaba por fazer um balanço negativo da competição do CAN, dentro e fora do campo.
Depois de, em Novembro de 2018, a Confederação Africana de Futebol (CAF) ter retirado a organização aos Camarões, devido a questões de segurança, os egípcios avançaram com uma candidatura de substituição.
De acordo com o jornal “A Bola”, que cita a publicação inglesa Guardian, na organização do CAN, o país viu uma forma de passar uma nova imagem de estabilidade após os tumultos da Primavera Árabe.
Assim, além de criar um canal gratuito – “TimeSport” para os egípcios assistirem a todos os jogos da competição (em vez de pagarem à BeIN Sports, do Catar), o Governo do general Abdel Fatah alSisi decidiu implementar um novo sistema de bilheteira, por forma a evitar tumultos dentro do estádio, como os que vitimaram 74 pessoas em 2012, em Port Said.
No entanto, a complexa burocracia deste sistema (era preciso um historial exaustivo da pessoa para poder comprar bilhetes), que levou à proibição de mais de 250 pessoas de comprarem bilhetes, bem como os preços elevados – custavam cerca de um quarto do salário mínimo – acabaram por “roubar” público dos estádios.
De acordo com o Guardian, excluindo os jogos do Egipto, nenhuma partida chegou à meia lotação.
A situação agravou-se depois de confirmada a deportação de adeptos argelinos (que constituíam a falange mais numerosa), que exibiram cartazes contra o actual governo dentro dos estádios.
“O cálculo das potenciais receitas acabou por ser feito com expectativas demasiado optimistas, resultando num grande prejuízo para o país”, revelou Ziad Akl, analista financeiro egípcio, ao diário inglês.
Um insucesso financeiro que se junta à eliminação precoce do Egipto nos oitavos de final (0-1 com a África do Sul).
No fundo, um CAN com um claro balanço negativo e para esquecer para os anfitriões.
Redacção