Banco central: taxas

Banco central de Moçambique decidiu hoje manter a taxa de referência em 12,75%, argumentando com a previsão de projecção de apenas um dígito, mostrando-se, ainda assim, preocupado com factores que podem influenciar os preços.

“O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 12,75%; apesar do agravamento de riscos e incertezas para o horizonte de curto a médio prazos, a decisão é sustentada pelo facto de as projeções continuarem a indicar uma inflação de um dígito”, lê-se no comunicado hoje enviado ao Correio da manhã em Maputo.

No texto que sustenta a decisão, o banco central afirma que “em face da sua avaliação sobre o futuro, aumenta a preocupação do CPMO quanto à evolução dos riscos e incertezas subjacentes às projecções de inflação”.

Assim, acrescenta-se, “o CPMO continuará a monitorar os indicadores económico-financeiros e os factores de risco, bem como o seu impacto sobre as perspectivas de inflação, e poderá tomar medidas correctivas necessárias antes da sua próxima reunião ordinária, agendada para o dia 30 de Abril de 2020”.

As perspectivas de inflação para o médio prazo “foram revistas em alta, mantendo-se, ainda assim, na banda de um dígito”, diz-se no comunicado, que não apresenta números para estas previsões.

O aumento da inflação “decorre, fundamentalmente, do ajustamento em alta do nível do impacto dos choques climatéricos sobre a dinâmica futura dos preços, conjugado com as perspectivas de depreciação do Metical no curto prazo e a tendência para o aumento dos preços dos alimentos no mercado internacional”.

Na reunião de hoje da direcção do banco central moçambicano, os banqueiros decidiram também manter as taxas da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) em 9,75% e 15,75%, respetivamente, e decidiram também manter os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional e em moeda estrangeira em 13% e 36%.

Para o CPMO do banco central de Moçambique, segundo a avaliação feita da conjuntura macroeconómica recente “os riscos e as incertezas associados às projecções agravaram-se”.

A nível interno, “destaca-se a intensificação da instabilidade militar na zona Norte do país, para além das incertezas quanto ao prolongamento e impacto das cheias e secas que têm assolado o território nacional, e a nível externo, realça-se a recente eclosão da epidemia do Covid-19 que, em caso de prolongamento, poderá resultar no abrandamento da economia global e consequente fraca procura externa, com impacto sobre a dinâmica dos preços domésticos”.

 (Correio da manhã de Moçambique)

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