Moçambique afunda 0,7
A economia de Moçambique vai crescer 3,4% este ano, acelerando para 05% no ano seguinte e 5,9% em 2018, de acordo com um inquérito realizado pela agência de informação financeira Bloomberg junto de economistas e analistas.
De acordo com o resultado da auscultação, Moçambique deverá ver o Produto Interno Bruto aumentar 3,4%, ligeiramente abaixo dos 3,7% previstos actualmente pelo Executivo, depois de várias revisões em baixa da estimativa de crescimento para este ano.
A sondagem, que revela uma descida de 4,1% para 3,4% face à última estimativa, foi levada a cabo durante os últimos cinco dias, tendo participado, entre outros, os economistas da consultora Business Monitor Internacional (BMI), da Capital Economics e da IHS, para além da agência de notação financeira Fitch e o Standard Bank.
A BMI é a mais otimistas, antecipando um crescimento de 3,8% este ano, ao passo que o Standard Bank antecipa apenas uma expansão da economia na ordem dos 1,6%.
No princípio de Outubro, no ‘World Economic Outlook’, o Fundo Monetário Internacional tinha revisto em baixa a previsão de crescimento de Moçambique para 4,5% este ano, enquanto a Economist Intelligence Unit antecipa uma expansão económica de 3,8%, a mais baixa dos últimos 15 anos.
Apelos de Luísa Diogo
É nesta esteira de crise financeira que a antiga primeira-ministra moçambicana e actual presidente do conselho de administração do Barclays Moçambique, Luísa Diogo, pediu hoje serenidade e confiança no sistema financeiro.
“Sente-se um certo ‘stress’ no sistema financeiro e temos de repor a confiança. E confiar também, como dirigentes de bancos, que o nosso regulador sabe muito bem o que está a fazer e que não estamos sozinhos neste processo”, disse Luísa Diogo, à margem de uma conferência em Maputo relizada na capital moçambicana com o apoio banco Barclays Moçambique.
Na sexta-feira, o Banco de Moçambique (BM) determinou a dissolução e liquidação do Nosso Banco, detido pelo Instituto Nacional de Segurança Social, e que apresentava uma “situação inviável”, tendo sido acionado o Fundo de Garantia de Depósitos.
Esta é a segunda instituição financeira alvo de uma intervenção do BM, depois de o supervisor bancário ter ordenado em setembro a suspensão do conselho de administração e da comissão executiva do Moza Banco, participado pelo português Novo Banco, para “proteger os interesses dos depositantes”.
Para Luísa Diogo, primeira-ministra entre 2004 e 2010, o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, e o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, “são pessoas com experiência”, lembrando casos anteriores de reestruturações de bancos e liquidação de participações e que “é preciso confiar que o país já sabe fazer estas coisas”.