BM alavanca Moza

O Banco de Moçambique (BM) injectou cerca de oito mil milhões de meticais no banco Moza, para travar um colapso e evitar “um terramoto” no sistema financeiro moçambicano, disse o governador do órgão supervisor.

“Se tivesse parado [de capitalizar o Moza Banco], teríamos um terramoto, um ´tsunami`, [porque o banco] penetra as empresas, as famílias, haveria uma corrida sem precedentes dos depositantes e dos credores”, declarou Rogério Zandamela, em conferência de imprensa, após a reunião esta quarta-feira (14Dez) do Comité de Politica Monetária do Banco de Moçambique.

Segundo Zandamela, desde a intervenção do Banco de Moçambique, em Setembro, os valores injectados na quarta maior instituição bancária moçambicana deverão ser ressarcidos, logo que a instituição for vendida ou recapitalizada

“Esta intervenção pontual foi um bem público para dar tranquilidade ao sistema, teria um custo de dimensões incalculáveis. É assustador quando uma instituição dessas cai na falência”, disse Rogério Zandamela.

O BM anunciou em Setembro passado ter suspendido o Conselho de Administração e a Comissão Executiva do Moza Banco para “proteger os interesses dos depositantes”.

“A situação financeira e prudencial do banco Moza, SA tem vindo a degradar-se de forma insustentável”, o que tornou necessário “reforçar as medidas extraordinárias de saneamento”, previstas na lei, para “proteger os interesses dos depositantes e outros credores”, salvaguardando “as condições normais de funcionamento do sistema bancário”, declarou na ocasião o banco central.

No início do mês, o BM anunciou que vai indicar uma comissão de avaliação e marcar uma assembleia-geral, com vista à recapitalização ou venda do Moza, após a apresentação de um relatório da consultora KPMG.

Nesta fase, disse então Alberto Bila, administrador do BM, “seria prematuro” avançar se o Moza está mais perto da venda ou da recapitalização pelos atuais accionistas.

Em declarações aos jornalistas, esta quarta-feira, à margem do lançamento de um livro sobre pequenas e médias empresas em Moçambique, João Figueiredo, nomeado pelo Banco de Moçambique para dirigir o banco Moza, afirmou que a auditoria está na fase final.

“Neste estudo, vamos apurar quais são os ajustamentos às contas e as demostrações financeiras do banco e depois disso iremos determinar qual é o aumento de capital que vai trazer a tranquilidade desejada”, afirmou Figueiredo, sem sinalizar se a decisão aponta para a venda ou recapitalização.

REDACÇÃO

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