Carta ao candidato do povo
Queria antes saudá-lo com alegria e entusiasmo. Parabenizá-lo pela coragem e sentido de patriotismo que tem levado o coração dos moçambicanos ao novo sonho.
Os moçambicanos sonharam para libertar o país e conseguiram trazer a democracia, conseguiram… não conseguiram um futuro melhor que foi vendido pelo então presidente Joaquim Chissano. Não conseguiram erradicar a pobreza, ideia vendida por Armando Emílio Guebuza, não conseguiram entrar no coração propagado ser grande que ao longo do tempo se tornou pequeno sem explicação, aliás, este último não teve as suas ideias, vendeu memes e incompetência.
Os outros dois primeiros acima foram nos massageando e ludibriando, ao menos tinham postura de estadista. Agora sua excelência presidente, ou seja, candidato a presidente da República pela CAD, ouça o que iremos dizer aqui. Empreste-nos os seus ouvidos e o seu coração sensível.
Primeiro, o senhor é corajoso, talvez tenha adoptado o espírito do nosso saudoso e arquitecto da unidade nacional, o senhor Eduardo Chivambo Mondlane, que deixou mordomias nos EUA e veio sofrer no seu país para libertar a terra e os moçambicanos. Os inimigos do bem assassinaram a pedra angular que os construtores rejeitaram. Dividiram as suas roupas e hoje estão a governar sem bússola. Vivem nos seus sonhos e não têm vergonha de afundar o país…
Tem coragem porque o senhor junto dos moçambicanos do bem está a enfrentar o tubarão no seu aposento. Saiba que para expulsar um leão do seu espaço, território ou jaula, há que ser muito teimoso e aceitar que ele nalgum momento pode vir atacar-lhe, ok? Não adianta massagear a verdade, o regime estava acomodado e sossegado, mas agora está preocupado e instável. Prepare-se, candidato do povo. Prepare-se, povo moçambicano, ou é agora ou nunca mais.
Saiba que todos ou quase todos os moçambicanos depositarão e depositaram voto em si. Há muitos membros do partidão que irão votar em si, aqueles que não deram voto ao candidato na Matola, conta com voto deles. Os marginalizados, conta com o voto deles. A Polícia, os professores, os médicos e enfermeiros, os funcionários e a população em geral, estão com o senhor e conta com o voto deles e, agora:
Ao chegar à Ponta Vermelha que nós, cidadãos, lhe conduziremos até lá, saiba que o poder não é seu, emprestamos-lhe. Por favor, ouça-nos. Medidas a tomar: é preciso recuperar o país das mãos do Banco Mundial e do FMI, não queremos esses cartéis no nosso país, devolver para o Ruanda os filhos do outro que deixará o escritório com orgulho. A eles não queremos.
Devolver o poder aos moçambicanos e queremos comida para todos. Invista na agricultura, nas vias de acesso, na educação e na saúde. Viaje para o Brasil e veja como funciona o Sistema Único de Saúde e traga para o seu país e o seu povo. O povo está cansado de ser empobrecido. Nós, moçambicanos, iremos perdoar os opressores e poderão viver connosco no país. Afinal de contas são nossos irmãos, embora tenham endurecido os seus corações e enveredado por caminhos sombrios.
Eles têm medo que, após a sua eleição, sejam presos. Vamos tranquilizá-los que são nossos irmãos e vão trabalhar connosco. Podem ficar sossegados e nem precisam dos malabarismos da CNE e muito menos manipular os policiais para serem membros das mesas de votos. Aliás, é um risco fazer isso, pois os policiais ficaram nove meses sem salários. Acham que voltarão a confiar em vocês?
Para os ímpios, um caminho sensato seria imitar o senhor Joe Biden, o homem foi sábio e preservou a sua saúde mental. Essas eleições nem a Renamo nem a Frelimo têm qualquer chance de passar. Lembre-se, senhor candidato do povo, que os muros de Jerusalém tombaram ao som da sétima trombeta. E ao som das sextas eleições, o regime cai.
Não é sonho mais que Moçambique alcançará a sua primeira alternância política desde a sua independência. E a isso chama-se democracia genuína onde há partilha de poderes. Ao chegar ao poder, sua excelência, queremos que construa salas de aula e mostre o quanto se preocupa com os moçambicanos. Abra as portas da presidência, um dia por semana, para as pessoas poderem entrar e conhecer como é por lá e servir também como ponto turístico. Por falar em turismo, o nosso país é rico nessa área, invista pesado.
Reveja muitas políticas e faça alianças com muitos países para isenção de vistos para que muitos turistas entrem no país e contribuam com a economia local. Abra o espaço aéreo para outras frotas e não monopolize. O caso da TVM, retire os fundos do erário alocados e pode até terceirizar para que seja um canal que busca os seus recursos para a sua sobrevivência e não andar à reboque quando não presta serviço aos cidadãos.
A nossa Polícia é boa e competente, invista nela e os nossos militares também. Queremos um país autónomo e sem medo de se entrar. Deixe o seu legado e o povo está consigo. Não vamos cantar a música que foi cantada que alguns confiavam nele e essa confiança virou decepção.
Para terminar, queria dizer que há muitos moçambicanos trabalhando fora do país e com medo de voltar para a sua terra, faça um país seguro para que essas cabeças voltem a contribuir para a sua própria terra. Queremos um país exemplo de toda a África. Os ímpios estão neste momento tentando maquinar as eleições, mas o povo está de olho.
Por fim, desejamos-lhe uma boa campanha e boas alianças com aqueles que achas que irão contribuir para o bem da nação. Veja os problemas da EDM, resolva esse cancro, os moçambicanos não aguentam essa palhaçada de cortes desnecessários e sem sentido.
JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA
Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 26 de Julho de 2024.
Caso esteja interessado em passar a receber o PDF do Redactorfavor ligar para 844101414 ou envie e-mail para correiodamanha@tvcabo.co.mz
Também pode optar por pedir a edição do seu interesse através de uma mensagem via WhatsApp (84 3085360), enviando, primeiro, por mPesa, para esse mesmo número, 50 meticais ou pagando pelo paypal associado ao refinaldo@gmail.com.
Pode, também, seguir o Jornal Redactor no facebook