CASA-CE: “mudança cívica”

São maioritariamente jovens as principais “caras” que aparecem vestidas ou exibindo cores e símbolos da relativamente novel organização no panorama político angolano – a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) -, mas que disputa taco a taco espaço com os históricos MPLA e UNITA.
Geralmente andrajosos e frenéticos, correm de um lado para o outro a assediar a todos os que alcançam, apelando para receber material de propaganda político e votar na coligação liderada por Abel Epalanga Chivukuvuku, o homem que fará 59 anos de idade no próximo dia 11 de Novembro deste 2017, a quem rotulam de “presidente mais bonito e que gosta de dar beijos na bochecha”.
Mesmo a viatura em que seguiamos – jornalistas moçambicanos – escapou aos esforços dos jovens militantes que, entretanto, pediram desculpas mal se aperceberam que estavam diante de forasteiros, sem direito a voto na próxima quarta-feira.
“São os jovens que devem mudar o rumo dos acontecimentos em Angola. 42 anos de sofrimento, frustrações, má governação, corrupção. Bastam. Os jovens devem garantir uma mudança tranquila e qualitativa com o seu voto no dia 23 deste Agosto”, exortou Chivukuvuku, sempre interrompido por aplausos da assistêmcia que enchia um campo aberto próximo do “Largo Primeiro de Maio”, a escassos metros da magestosa estátua do primeiro presidente da República Popular de Angola, António Agostinho Neto, no centro da cidade de Luanda.
Nem as mais de duas horas de atraso com que começou o discurso de Chivukuvuku na última maior “acção de massas” deste partido antes da votação de quarta-feira desmoralizou os milhares de militantes, simpatizantes e amigos da coligação que acorrerarm ao local do evemto, rodeado por um impressionante cordão de elementos da polícia angolana fortemente armados, alguns dos quais acompanhados de cães.
“Mudança cívica, pacífica, positiva e com irmandade” foram as palavras repetidas pelo cabeça-de-lista da CASA-CE para quem “os governantes devem ser meros gestores temporários dos recursos nacionais, servidores do cidadão e que trabalham em benefício dos cidadãos”.
Depois da breve intervenção, sempre interrompida com aplausos e gritos de palavras de ordem da organização, Abel Chivukuvuku apresentou aos presentes os seus colaboradores directos e esposa, deixando, de seguida, o palco para a actuação dos músicos que apoiam a sua campanha eleitoral.
Ao “MCK – O Revolucionário”, couberam as honras para abrir as alas dos artistas que animam as “grandes acções de massas” com uma canção que pelo meio timha um refrão segundo o qual “este é o país do pai banana”, respondido pela assistência com repetidos“Bata! Corruptos fora! Ladrões fora!”
A cada intervalo da intervenção dos músicos, os animados jovens gritavam em uníssono “Mudança. Com voto no sexto!” (numa clara alusão ao posicionamento da CASA-CE no boletim de voto que será usado depois de amanhã nas 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto a escla nacional.

Os trunfos da unita
Refira-se que o partido governante desde a independência do país, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) realizou a sua ultima “grande acção de massas” no sábado em Camama http://www.correiodamanhamoz.com/trunfos-do-mpla/.
Durante a sua intervenção neste acto, o candidato do MPLA às eleições desta semana em Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, de 63 anos de idade, mostrou-se optimista nos resultados eleitorais.

Militantes e simpatizantes do CASA-CE no ultimo comício de campanha em Luanda (1)
Militantes e simpatizantes do CASA-CE no último comício de campanha em Luanda (1)

João Lourenço comentou que se enganam os que vacticinam a sua derrota nestas eleições, alegadamente porque era um “desconhecido” até há uns seis meses.
“Essas projecções fracassarão porque se baseiam em pressupostos europeus e aqui é Angola”, sublinhou o candidato à presidência da República de Angola indicado pelo MPLA.
“A vitória do MPLA será uma vitória sobre os defensores do racismo”, prosseguiu João Lourenço, num evento muito concorrido, mas breve.
A “grande acção de massas” do segundo maior partido político angolano, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), actualmente liderada por Isaías Henrique Ngola Samakuva (71 anos de idade) está programada para esta segunda-feira.
O antigo presidente de Moçambique, Joaquim Chissano (1986-2005) que integra as centenas de observadores e convidados estrangeiros presentes em Angola para acompanhar o processo eleitoral em curso deverá ser recebido esta segunda-feira as 11 locais (12 horas de Maputo) pelo presidente da CNE angolana, num acto de cortesia, conforme disse ao Correio da manha em Luanda Irlanda Salonque, chefe de secção de comunicação e Publicidade de órgão eleitoral angolano.

REFINALDO CHILENGUE em Angola

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