“Casos” sempre presentes
“Casos”: foi a palavra muito referenciada pelos observadores das eleições desta terça-feira em Moçambique, ambiente de votação “calmo”.
As organizações de observação eleitoral que acompanharam as eleições gerais de hoje em Moçambique consideram que a votação decorreu de forma geral calma, apesar de alguns “casos” de incidentes localizados.
O grupo de organizações não-governamentais Sala da Paz refere que o ambiente “continua calmo”, segundo um relatório de observação distribuído à comunicação social.
O documento relata casos de eleitores “na posse de boletins de votos” já marcados, todos fora dos locais da votação, e alguns “favoráveis ao partido Frelimo [no poder] e ao seu candidato”, Filipe Nyusi.
Os casos foram reportados em Angoche, província da Zambézia, e Molumbo, na província de Nampula, respectivamente Centro e Norte do país.
A equipa de observação de outra organização, o Centro de Integridade Pública (CIP), anunciou 10 casos com vários boletins extra, reportados pelos observadores espalhados pelo país.
Noutros pequenos incidentes, os dados recolhidos pela Sala da Paz apontam para casos de eleitores que não puderam votar porque o nome não constava do caderno eleitoral do local de recenseamento e queixas de propaganda em local indevido.
Observou-se ainda “um caso de interrupção do processo de votação devido a pancadaria entre escrutinadores e delegados de candidaturas de partidos políticos”, na Ilha de Moçambique, no local onde o candidato presidencial da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) votou, acrescenta a organização.
A Plataforma Transparência Eleitoral, uma coligação de organizações da sociedade civil moçambicana, testemunhou igualmente casos de divergências que provocaram algumas interrupções.
O retrato é feito com base em dados recebidos de cerca de metade das 3.100 mesas de voto observadas pela organização.
Apenas em redor de 5% daquelas mesas houve registo de agitação, provocada por desorganização da fila de votação e casos de intimidação e de violência das autoridades contra eleitores, especialmente em Gaza, Nampula e Manica, lê-se no relatório da plataforma.
As urnas estiveram abertas entre as 07:00 e as 18:00 locais sendo que após a hora de fecho das urnas, ainda havia filas para votar em diferentes locais do país.
(Correio da manhã de Moçambique)