Centro está num “caos”
Centro de Moçambique está num “caos” por causa dos ataques armados oficialmente assacados ao partido RENAMO, alegadamente em violação do acordo assinado com o Governo em Maputo no dia 06 de Agosto de 2019.
Informações oriundas de fontes geralmente bem informadas/intencionadas dão conta da ocorrência de pelo menos três ataques no Centro de Moçambique (Inchope, a poucos quilómetros de Gorongosa), na manhã desta segunda-feira, basicamente visando viaturas civis.
Um camionista que está na região das ocorrências disse que um dos ataques ocorreu na zona de Matenga, uma área com um histórico sinistro de acções armadas.
É na zona de Matenga que o camionista disse ter sido aconselhado a imobilizar a sua viatura pesada por militares do Governo, alegadamente porque em Inchope a situação “está quente”.
Algumas fontes presumem que o alvo dos atacantes seria um autocarro da transportadora pública de passageiros “Nagi Investimentos”, mas esta terá passado do local minutos antes da chegada dos homens armados que, aparentemente frustrados, terão descarregado a sua fúria alvejando indiscriminadamente tudo o que encontraram em movimento por perto.
Há relatos de “várias viaturas” alvejadas e danificadas, mas não há confirmação de feridos.
“É um caos o que se assiste aqui [Centro de Moçambique]”, comentou um outro motorista que está no teatro dos acontecimentos dramáticos.
O dissidente da RENAMO Marino Nhongo, que nega a autoria dos ataques que o Governo atribui à “perdiz”, ameaça colocar os homens a si fieis em “acção, de facto”, a partir do dia 15 de Janeiro, alegadamente como forma de contestar os resultados eleitorais que oficiosamente dão vitória ao partido Frelimo e seu candidato às presidenciais.
Na semana passada o Governo, por intermédio do ministro da Defesa de Moçambique acusou hoje a Renamo de violar o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em Agosto, considerando que os elementos que estão a protagonizar ataques no centro país são do principal partido de oposição.
“[A Renamo] não está a honrar com os acordos assinados porque os elementos que estão a protagonizar os ataques praticamente são da Renamo”, disse Atanásio Mtumuke, falando momentos antes de dirigir uma cerimónia de encerramento de um curso militar na capital moçambicana.
A RENAMO diz que os comentários de Mtumuke “são infelizes, indecorosos e de má-fé”
Apesar de não ter ainda homologado os resultados produzidos pelos órgãos eleitorais, o Conselho Constitucional já aprazou o dia 15 de Janeiro de 2020 para a tomada de posse do presidente-eleito no pleito de 15 de Outubro de 2019, precedido, dois dias antes, da tomada de posse dos deputados da Assembleia da República.
A RENAMO diz não reconhecer os resultados das mais recentes eleições gerais, alegadamente por terem sido caracterizadas por uma fraude maciça, e diz ponderar não permitir que os seus eleitos tomem posse (Correio da manhã N° 5712, págs. 1 e 2).
Oficialmente, a RENAMO refuta a autoria dos actuais incidentes e diz estar a cumprir as acções de desarmamento que constam do acordo de paz de 06 de Agosto deste ano.
(Correio da manhã de Moçambique)