Chang devolvido para Moz
Chang devolvido – O processo de extradição para Moçambique do ex-ministro das Finanças moçambicano Manuel Chang, detido na África do Sul a pedido dos EUA no caso das dívidas ocultas, foi hoje activado no país vizinho.
“O Ministério da Justiça e Serviços Correccionais confirma, portanto, que foi tomada a decisão de extraditar o arguido para Moçambique”, disse ao Redactor na África do Sul uma fonte deste pelouro, consubstanciada em nota em poder do jornal Redactor.
O porta-voz do ministro da Justiça sul-africano explicou que Manuel Chang é “considerado extraditável” nos termos do artigo 10.º (1) da Lei de Extradição sul-africana, acrescentando que “será entregue às autoridades moçambicanas para ser julgado ao abrigo da lei moçambicana por abuso de posição e função, violação de leis orçamentais, fraude, desfalque, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa”.
A transferência de Manuel Chang do Centro Correcional de Modderbee, Leste de Joanesburgo, para as autoridades em Moçambique está a ser facilitada pela Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL), referiu o porta-voz sul-africano.
Manuel Chang, 64 anos, foi detido na África do Sul no dia 29 de Dezembro de 2018, quando tentava embarcar para o Dubai, à luz de um mandado internacional emitido em 27 de Dezembro pela Justiça norte-americana, que pediu a sua extradição no âmbito da sua investigação às ‘dívidas ocultas’ em Moçambique.
A Justiça dos EUA acusou Manuel Chang de conspiração para fraude electrónica, conspiração para fraude com valores imobiliários e lavagem de dinheiro.
Foi Manuel Chang quem avalizou dívidas de mais de dois mil milhões de dólares secretamente contraídas a favor das empresas públicas Ematum, Proindicus e MAM, ligadas à pesca e segurança marítima, em Moçambique, segundo a acusação norte-americana.
O anúncio da devolução de Chang para Moçambique acontece justamente no dia em que em Maputo começou o julgamento do caso das dívidas ocultas, tema que está a concentrar as atenções da maioria dos moçambicanos, com uma larga fasquia de meios de comunicação social moçambicanos a dedicar transmissão directa do evento.
O julgamento está a ser uma verdadeira “maratona” que já se prevê que o mesmo sofra alterações do calendário inicialmente desenhado, a avaliar por aquilo que caracterizou este primeiro dia do processo de produção de provas materiais em sede de tribunal que está a funcionar nas instalações da cadeia de segurança máxima, vulgo Brigada Operativa (BO). (Chang devolvido)
Redactor