Chang/Eleições: ameaça

A organização da sociedade civil Khulumani Support Grupo, formada basicamente por moçambicanos na África do Sul, ameaça mobilizar eleitores registados para boicotarem as eleições gerais de 15 de Outubro no território sul-africano em protesto contra a decisão de extraditar o antigo ministro moçambicano das Finanças e deputado no activo do partido Frelimo, Manuel Chang, para Moçambique.

Falando por telefone para o jornal Correio da manhã, a partir de Rustenburg, região mineira rica em Platina na província de North West, o líder do grupo, Helpidio Muthemba, disse que a sua organização está muito desapontada com a decisão e acredita que “houve conspiração por parte do governo moçambicano com a própria administração de Filipe Nyusi”.

Para Helpidio Muthemba, em Moçambique não havia processo crime conhecido publicamente contra Manuel Chang relacionado com a dívida não declarada até quando os Estados Unidos da América solicitaram a detenção de Chang na África do Sul em Dezembro de 2018, através da Polícia Internacional (Interpol).

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O líder de Khulumani Support Grupo afirmou que em Moçambique o sistema da justiça é facilmente manipulável por dirigentes no poder, que, de acordo com ele também impedem o exercício da liberdade de expressão no país.

Helpidio Muthemba disse que mesmo estando na África do Sul está receber ameaças a partir de Moçambique porque fala em nome da sua organização contra a extradição de Manuel Chang para o seu país de origem.

Muthemba evitou revelar mais pormenores da origem de ameaças, garantindo que vai continuar a mobilizar moçambicanos e organizações sul-africanas da sociedade civil para marcharem próxima semana ao gabinete do novo ministro sul-africano da Justiça e Serviços Correcionais, Ronald Lamola, apresentar memorando contra a extradição de Manuel Chang para Moçambique.

Entretanto, Helpidio Muthemba reconheceu que a sua posição depende dos Estados Unidos da América que deram indicação de que querem a revisão da decisão da extradição de Chang para Moçambique.

Os Estados Unidos da América acusam o antigo governante moçambicano de ter defraudado com seus comparsas USD 200 milhões em subornos  no processo da contratação da divida de USD 2.2 mil milhões de dólares para projectos de segurança marítima e da pesca de atum, quando era ministro das Finanças.

Logo depois da sua detenção, as autoridades judiciarias moçambicanas pediram a extradição do seu antigo governante alegando que havia processo desde 2015.

Entretanto, a 21 de Maio ultimo o então Ministro sul-africano da Justiça e Serviços Correcionais, Michael Mashuta, decidiu que Manuel Chang deve ser extraditado para o seu país de origem considerando que a justiça será melhor servida em Moçambique.

THANGANI WA TIYANI, CORRESPONDENTE NA ÁFRICA DO SUL

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