Chissano: dívida secreta
O antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano aplaude a “transparência” da investigação aos empréstimos contraídos de forma secreta por empresas públicas, que implica o acesso da justiça às contas do seu sucessor, Armando Guebuza.
“É bom que haja transparência, da própria investigação e também das pessoas investigadas”, afirmou à Lusa Joaquim Chissano, que foi Presidente de Moçambique entre 1996 e 2005, sobre a investigação a ser conduzida pela justiça moçambicana.
Na semana passada, a agência de informação financeira Bloomberg noticiou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique enviou cartas aos bancos locais pedindo acesso às contas bancárias do antigo Presidente Armando Guebuza e de outras 17 pessoas, além de uma instituição, no âmbito da auditoria aos empréstimos contraídos de forma secreta por empresas públicas.
Chissano recordou que o Governo moçambicano já disse que “se alguém fez alguma anomalia”, será levado à justiça.
A questão da dívida escondida “vai ser esclarecida, há uma comissão internacional que está a trabalhar”.
“Há transparência na maneira como isto está a ser tratado. Fico feliz por haver esta transparência. Isso é muito bom para a nossa democracia, para a nossa boa governação”, referiu Joaquim Chissano.
O antigo Presidente moçambicano falava à Lusa em Marraquexe, Marrocos, onde assistiu ao “Fim de Semana da governação Ibrahim”, promovido pela Fundação Mo Ibrahim, e que termina hoje.
Chissano foi o primeiro laureado do prémio Ibrahim de Excelência na Governação Africana, atribuído pela fundação em 2007.
Os outros distinguidos são os antigos Presidentes Nelson Mandela (África do Sul), Pedro Pires (Cabo Verde) e Festus Mogae (Botsuana).
Redacção/LUSA