Cinco anos ou sete dias?

Essa é a pergunta que percorre as mentes de muitos moçambicanos que, cansados de anos de repressão e desigualdade, debatem-se entre esperar uma mudança gradual e silenciosa ou mobilizar-se de imediato em manifestações massivas para destituir um governo autoritário.

Para quem vive nas ruas das cidades moçambicanas, ou nas periferias do país, cinco anos simbolizam o peso da paciência em uma terra de incertezas. A cada manhã, esperam que as promessas de emprego, saúde, e segurança se cumpram. 

Esse é o tempo em que o povo aprende a suportar as ausências, driblando dificuldades em um sistema que pouco escuta ou atende às suas necessidades. Muitos moçambicanos seguem sua rotina, acreditando que sua luta é para sobreviver, sem forças para sonhar com uma vida melhor, pois o governo torna o exercício da esperança uma tarefa cada vez mais difícil.

Por outro lado, existe quem olhe para o horizonte com urgência. São os jovens, os ativistas e cidadãos inconformados que entendem que sete dias de resistência podem fazer mais por Moçambique do que cinco anos de silêncio. 

Inspirados por movimentos populares, acreditam que o tempo de mudança pode ser acelerado através de protestos e campanhas organizadas. O grito das ruas ecoa nas redes sociais, os rostos cansados pela luta se tornam símbolos de coragem, e o sentimento de unidade impulsiona multidões que pedem democracia, justiça, e o fim de uma era de repressão.

Em sete dias, eles preparam faixas, distribuem panfletos e tomam as ruas, exigindo um novo começo. São dias de tensão, enfrentamentos e, por vezes, repressão violenta, mas cada passo traz a possibilidade de um país melhor. 

É uma jornada curta, mas decisiva, onde cada voz importa e cada acto de coragem alimenta o sonho de liberdade. Ao fim de sete dias, o país não é mais o mesmo, seja pela mudança que alcançam ou pelo despertar colectivo que marcam nas gerações futuras.

Afinal, o que vale mais para um povo que quer se libertar? Cinco anos de resistência calada ou sete dias de revolução? Em Moçambique, a resposta ainda é escrita, entre as linhas da história e nos corações dos que nunca deixam de acreditar na mudança. Os caminhos apontam para Maputo. O que acontecerá lá?

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

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