Comunicação sem princípios
Comunicação sem princípios – “Meu povo erra por falta de conhecimento” vamos começar este artigo com este pequeno trecho bíblico que por poucos é conhecido até mesmo para os que praticam a religião cristã.
Uso esta frase para figurar o estigma que os meios de comunicação social aduzem na sociedade seja qual for, mas com o principal enfoque na sociedade Moçambicana, onde as lentes e os microfones são apenas usados para aparecer e ostentar supostas realizações de um singular.
Comunicar em Moçambique passa a ser um motivo de “lambibotismo” por parte de alguns órgãos de comunicação, pois as forças sociais definem o que deve e não deve ser transmitido, quais palavras devem ser escritas, e enfim, controlam até a mente do próprio jornalista, este que achando-se um comunicador, mas na verdade não passa de um estafeta pronto para ouvir e cumprir ordens e ordens.
Há muito que se aprender com o conceito “Meio de Comunicação”,porque isto não só se refere aos jornalistas ou mesmo canais televisivos ou radiofónicos. Isso refere também ao que relata um acontecimento.
Em Moçambique, constroem-se, muitas vezes, jornalistas que não sabem diferenciar O Interesse do Público do Interesse Público.Este desinteresse tem levado muitos órgãos de comunicação a cometerem erros que para eles não constituem agrura, mas servem de ponte para formação de uma sociedade inconsciente e estancada ao Sistema.
Todavia, diga-se no bom da verdade, existem dirigentes que não sabem usar os Meios de Comunicação, a velha ideia de exibicionismo esta arraigada neles razão pela qual ao convidar os Órgãos de Comunicação, pautam por aqueles que têm mais visibilidade, privilegiam mais os “Gigantes” que se esquecem que fácil é tropeçar na pedra pequena que na pedra grande.
Se a Modalidade do jornalismo estivesse virada para o povo, talvez as esperadas mudanças fossem uma realidade e não uma fábula contada ao povo que inconscientemente vai cooperando com jornalistas Inconsequentes. Espelhar-se nos outros Países não seria a saída deste labirinto, e sim socializar o jornalista e tudo que o constitui.
Tornar as comunidades resilientes pode “cabecear” o sistema toxico, não me refiro do sistema político que pouco importa neste artigo, ou seja lá qual for, e sim do “Sistema Prestigiador”.
Mas pouco se pode esperar de quem dorme hoje como carpinteiro e acorda amanhã como jornalista, não tendo se beneficiado de experiências (não a experiência de segurar o microfone e gravar e sim, a experiência de aprender com a comunidade), em trabalhos com a comunidade que hoje pensa estar a informar e formar. entender a comunidade é na verdade prioritário antes de falar dela.
Pontos de reflexão, Comunidade+Comunicação=Formação, não basta informar deve se formar.
A pureza da comunicação quando conhecida e adquirida, transmite segurança em princípios de cidadania e cooperação universal. Comunicar não se sustenta com a caneta supersticiosa e sim com conhecimentos sólidos e práticos globalizados em diferentes aspectos da sociedade antiquada e actual, ou seja, olhar para o passado para mudar o presente.
Manipular notícia em benefício de alguém, tem sido comum nos dias actuais.
A questão do terrorismo em Cabo Delgado, veio a revelar as muitas lacunas que carecem de um olhar detalhado e a maior parte dessas lacunas dizem respeito ao jornalismo.
Não se pode pensar no extremismo violento, sem pensar na forma de como este acto foi tratado nos meios de comunicação social. No princípio de muita matança, muitos órgãos de comunicação correram em divulgar imagens, textos, número de mortos, e etc., sem antes pensar nas consequências que esta procedência poderia causar.
O psicopata quando comete alguma atrocidade, a maior parte da sua diversão é em ver que a sociedade teve acesso ao que teria feito. Neste caso, ostenta as suas vitórias insanas, e por incrível que pareça, os meios de comunicação o ajudam com isso.
Esta tensão gerada entre as pessoas, principalmente as inofensivas, é um prazer para o “marginal”, porque a ideia é de chamar a atenção, e quanto mais atenção tem, mais atrocidades comete.
O jornalismo não pode funcionar consoante a agenda do Governo, isto não é jornalismo. O poder de influência deve partir do jornalismo para o Governo e não do Governo para o jornalismo. Uma equação simples e de fácil interpretação, mas difícil é a sua prática.
Acredito que nem sempre a liberdade de expressão esteve em causa, outrora, a ética e deontologia profissional mereciam mais atenção. Não se podem criar leis para domesticar as pessoas. As leis servem para regular os comportamentos, se a conduta define o homem o que podemos dizer de um homem que paga para manipular notícias? Um verdadeiro extremista.
Perguntas como: A quem vou comunicar? Qual é o objectivo? O que posso mudar com isso? São perguntas que deveriam conduzir o senhor jornalista, isso ajudaria a não encarrar o jornalismo como um simples ganha pão. (Comunicação sem princípios)
José Fernando José
Este artigo foi publicado intitulado “Comunicação sem princípios” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 104 de Janeiro de 2022, na rubrica OPINIÃO.
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