Corridas atrasadas da justiça

Corridas atrasadas – Já o disse e volto a repeti-lo: tenho grande fobia para com Direito, depois de julgamento e condenação injustos de Jesus Cristos há 2019 anos.

Juristas têm tentado convencer-me para ser amigo de Direito, argumentando que nem sempre alegados criminosos cometeram crimes de que são acusados e advogados ajudam encontrar razoabilidade de penas de prisão ou mesmo absolvição de indiciados.

Entretanto, fala-se de negociatas de veredictos entre advogados e juízes que culminam com condenação de inocentes e absolvição de culpados ou criminosos.

Em pleno período da quadra festiva natalícia de 2018 o mundo foi abalado pelo caso judicial mediático da detenção do deputado e antigo ministro das Finanças de Moçambique na África do Sul, Manuel Chang, encomendada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América.

O ex-governante, que estava a caminho de Dubai para gozo de férias, é acusado de crimes de fraude electrónica, imobiliária e de lavagem de dinheiro no processo de crédito de dois mil milhões de dólares norte-americanos para projectos marítimos.

Alguns dias depois da sua detenção, a justiça moçambicana ensaiou uma corrida visando recuperar o tempo perdido que devia ter lidado com o caso do crédito-mãe da crise económica-financeira de Moçambique.

Corridas atrasadas da justiça para lidar com o caso Manuel Chang geram percepções exacerbadas de descrédito ao sistema judiciário moçambicano.

Manuel Chang já foi julgado e condenado pelo tribunal da opinião pública em Moçambique.

O Tribunal Supremo pediu semana passada a Assembleia da República a retirada de imunidade parlamentar do deputado Chang.

A Comissão Permanente da chamada “casa do povo” foi convocada à pressa para discutir o pedido do Tribunal Supremo, tendo marcado a sua sessão para o dia que por sinal coincide com a passagem de 30 dias da detenção de Manuel Chang no aeroporto internacional OR Tambo na vizinha África do Sul.

Se alguém tinha dúvidas sobre a fragilidade e a fraqueza da justiça moçambicana perante pesos pesados políticos e económicos da dita Pérola do Índico pode tirar conclusões.

Até ao fecho da redacção deste Rancor do Pobre eram desconhecidos os 18 indiciados pela Procuradoria-Geral da República no processo de crédito multimilionário.

Perante a tamanha vergonha o Rancor do Pobre mantem intacta a fobia para com Direito.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 30 de Janeiro de 2019, na rubrica semanal denominada RANCOR DO POBRE

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