CTA pede liderança

A CTA – Confederação das Associações Económicas, principal entidade empresarial de Moçambique, pediu a liderança directa do Presidente, Filipe Nyusi, nas negociações de paz, defendendo que os moçambicanos podem resolver os seus problemas “sem intervenção externa”.
A CTA sustenta, num comunicado enviado ao Correio da manhã, que, após a trégua temporária declarada na terça-feira pelo líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, no seguimento de uma conversa telefónica com Nyusi, o chefe de Estado “deveria assumir a liderança directa do diálogo por se ter demonstrado ser um caminho eficaz”.
Segundo a confederação empresarial, a trégua de uma semana acordada pelos dois líderes “é um sinal inequívoco de que a paz é possível em Moçambique” e que os moçambicanos são capazes de resolver os seus problemas “sem intervenção externa”, numa alusão à participação da mediação internacional nos trabalhos da comissão mista do Governo e da Renamo e que ainda não produziu resultados.
“Obviamente que a operacionalização de cada entendimento que for alcançado nesse diálogo poderá estar a cargo da comissão mista, integrada apenas por actores moçambicanos”, prossegue o comunicado.
A CTA incentiva o Presidente moçambicano a prosseguir os seus esforços e espera que “o líder da Renamo perceba, tal como percebeu desta vez, que os moçambicanos precisam desse bem precioso inalienável: a paz!”.
A paz, observa ainda a CTA, “contribui para um melhor ambiente de negócios” e cria “condições para que as empresas produzam, aumentem os postos de emprego e contribuam para a redução da pobreza em Moçambique”.
Na terça-feira, o líder da Renamo anunciou uma trégua de uma semana como “gesto de boa vontade”, após uma conversa telefónica mantida no dia anterior com o Presidente moçambicano.
Por sua vez, Filipe Nyusi defendeu, na quarta-feira, que a trégua deve servir para encorajar o diálogo visando uma paz duradoura.
Ao segundo dia, a cessação de hostilidades foi, porém, manchada pelo assassínio a tiro de um dirigente da Renamo em Nampula, que o maior partido da oposição considerou ter sido politicamente motivado.

Redacção

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