Cyril Ramaphosa “mostra músculo” a Julius Malema
A escassos três dias da muito propalada paralisação nacional, que tem à cabeça o Partido dos Combatentes da Liberdade Economica (EFF) de Julius Malema, o Presidente da República da África do Sul, Matamela Cyril Ramaphosa disse que na África do Sul não serao permitidas a anarquia e a desordem.
Falando à margem da visita de estado da presidente da Tanzania, Samia Hassan, Cyril Ramaphosa lembrou que a África do Sul é um estado de Direito e que a mudança de regime deve ser únicamente e exclusivamente por via de eleiçoes e não “ por tentativas de promover uma insureição” .
Ramaphosa afirmou ainda que a manifestação é um direito regido por lei, mas adverte que “não é um direito absoluto. É um direito limitado”.
Para o chefe de Estado sul-africano “ninguém pode se levantar e simplesmente dizer que tem o direito de fazer tudo o que quiser”. Acrescentou que “ninguem tem o direito de coagir outros a embarcar pela violencia, dizendo que faça o que eu digo”.
O Presidente disse que a Polícia vai proteger os cidadãos contra a anarquia, intimidação e violencia. “Nós nos reunimos ontem [quarta-feira, 15 de Março] com nosso grupo de segurança e eles defenderão nosso povo de qualquer tentativa planejada de desestabilizar o país”.
Já a jovem Ministra na Presidencia Khumbuzo Ntshaveni disse que a real intenção dos organizadores da paralisação nacional de segunda-feira (20 de Março) é “destituir o Presidente Cyril Ramaphosa por meios inconstitucionais” e convida “a todos os que querem ser governo na África do Sul a concorrerem nas eleiçoes de 2024”.
A Ministra Ntshaveni acrescentou que a iniciativa do partido de Julius Malema é “imprudente e irresponsável” e assegura que “qualquer tentativa inconstitucional de mudar o regime não será tolerada na África do Sul”.
Por seu turno, o Ministro da Polícia, Bheki Cele, diz que segunda-feira, 20 de Março, será um dia normal: “Queremos garantir a todos no país que o dia 20 de Março será um dia útil normal. Queremos reiterar à comunidade internacional que, ao contrário dos pronunciamentos daqueles que defendem qualquer interrupção, todos os pontos de entrada terrestres, marítimos e aéreos estarão operacionais”
Já a Ministra da Defesa, Thandi Modise, disse que as forças armadas estavam em standby e prontas para intervir em caso de necessidade.
Advinha-se que contigentes das forças de defesa e segurança serão estacionadas, desde o fim-de-semana, em pontos estratégicos, tendo em conta os acontecimentos de Julho de 2021.
O EFF tem vindo a espalhar cartazes em quase todas as cidades a apelar que no dia 20 de Março as industrias e o comércio fechem e que os trabalhadores fiquem nas casas como forma de pressionar Cyril Ramaphosa a renunciar ao cargo e protestar contra o fim da crise de energia, do alto custo de vida, da criminalidade e do desemprego.
O Partido Aliança Democratica, principal orgnizacao oposicinista a nível do parlamento, fez uma aproximação aos tribunais para conseguir uma interdição das acçoes de protestos agendadas para segunda-feira, 20 de Março, por receiar violencia.
O EFF tem vindo a apregoar que será uma manifestação pacifica, mas Julius Malema adverte que “os manifestates vão se defender se forem violentados”.
Analistas expressam sérias dúvidas sobre a capacidade mobilizadora do EFF para conseguir uma paralisação nacional, ao mesmo tempo que dizem que “em caso de fracasso será o fim do partido de Julius Malema”.
RAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul