Davos – Mais uma reflexão imperdível da autoria do economista António Matebele

       Davos, fica na Suíça. Trata-se de uma estação de esqui alpina. É nesta cidade helvética, onde, no começo de todos os anos se realiza o Fórum Económico Mundial.

       O Fórum Anual Económico Mundial hospedado em Davos, teve o seu início na segunda-feira, 20/01/2025 e que decorrerá até 24/01/2025, reúne líderes das principais economias do planeta. O encontro tem dois temas determinantes: a transição energética e a crise do clima.

       Este fórum, tal como já acima o dissemos, reúne líderes de governos, empresas e da sociedade civil. Neste encontro, teoricamente, o mundo tem a oportunidade para discutir e definir a agenda global diante de uma série de crises que o mundo enfrenta actualmente. Mas, infelizmente, estamos perante o triste caso que é costume dizer-se que “a montanha pariu o rato”. É que os grandes desafios a serem ultrapassados na humanidade se encontram, principalmente, localizados nos chamados países da periferia, nomeadamente, em África, América Latina e Ásia.

       O principal constrangimento nele registado é o facto de os países potencialmente beneficiários das decisões sempre aprovadas, primarem pela sua visível ausência. Há quem sustenta a tese que “o frio é o factor afastador daquele encontro mundial”. Outra razão explicativa da sua não participação, é que trata-se uma reunião leonina, durante as quais todas as assim chamadas importantes decisões são tão difíceis de serem implementadas pelos acima ditos países da periferia. Em 2024, Davos contou com a presença de participantes de 125 países, refletindo uma diversidade de vozes e perspectivas.

       Em 2025, o tema central de Davos é a “Colaboração para a Era Inteligente”, reflectindo a necessidade urgente de união em tempos de grande risco e oportunidade.

       Na minha modesta e ignorante opinião, em Davos, estão a ser tratados assuntos e temas tão distantes dos desafios vividos pelos países da periferia, que, neste momento, ainda se debatem com doenças, fome, falta de habitação, falta de água potável, industrialização, termos de troca desiguais, falta de estradas, conservação dos seus produtos do sector primário, fraca rede de comercialização, exportação de produtos primários sem acréscimo de valor por via da sua industrialização.

       Uma vez que individualmente os países da periferia não têm força, como é o caso de África, esta deveria participar em Davos através da sua organização supra continental, como é o caso da União Africana ou das muitas sub-continentais existentes, como é o caso, por exemplo, da SADC, nesta parte austral do continente africano.

       Deste modo, à laia de conclusão, soa oportuno afirmar que o fórum de Davos é para nós africanos inócuos, de resultados pouco eficazes ou nada eficientes.

ANTÓNIO MATABELE*

*Economista

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 24 de Janeiro de 2025, na rubrica de opinião denominada N’siripwiti – gato do mato.

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