Desconfiança do Nyusi
O chefe do Estado moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, tem tentado mostrar alguma honestidade na abordagem da realidade social do seu país – Moçambique.
Hipocrisia da política à parte. Aliás, Nyusi disse uma vez que era político forçado por circunstâncias.
Filipe Jacinto Nyusi é cidadão nacionalista e engenheiro civil de formação académica. A sua interacção com populações tem mostrado que fala a linguagem do povo com menos vocabulário político-académico.
Depois do ciclone IDAI que fustigou a cidade da Beira e outras zonas da região centro do país, moçambicanos e comunidade internacional abriram corações de amor para com as vítimas da depressão tropical canalizando apoios diversos, incluindo salvamento de pessoas.
Moçambique tem estado a receber apoios sem precedentes desde a proclamação da independência em Junho de 1975.
A gestão transparente dos apoios tornou-se desafio para os moçambicanos em geral e em particular para oficiais do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, num país em que de algum tempo a esta parte a corrupção instalou-se comodamente em quase todos os sectores públicos e privados.
Nas redes sociais circulam mensagens de alegações de desvio de apoios destinados às vítimas do ciclone IDAI.
Perante suspeitas e desconfianças generalizadas, o presidente Filipe Jacinto Nyusi associou-se às preocupações populares e anunciou que o governo ia lançar concurso para a contratação de gestor-auditor internacional dos apoios destinados às vítimas do ciclone.
Em outras palavras, Nyusi desconfia de gestores moçambicanos de coisa pública. É honesto.
A televisão nacional passou semana passada num dos seus noticiários da noite o depoimento de um moçambicano residente na vila sul-africana de Benoni, dizendo que os apoios aos afectados não foram feitos por milionários ou pessoas que têm muita coisa, mas por indivíduos pobres e apelava para que o donativo chegasse seguro aos verdadeiros destinatários. Foi uma declaração muito forte.
Espera-se que ladrões apanhados com apoios destinados às vítimas da calamidade natural sejam punidos severamente, como dizia o presidente Samora Machel.
Infelizmente, a democracia importada revogou as leis de chicotada e de fuzilamento de traidores da pátria amada.
O Rancor do Pobre partilha, sem reservas, a desconfiança com o presidente Filipe Jacinto Nyusi.
THANGANI WA TIYANI
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 10 de Abril de 2019, na rubrica semanal denominada O RANCOR DO POBRE
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