Diplomatas optimistas

Diplomatas acreditados em Maputo manifestaram-se esta quinta-feira optimistas com o futuro de Moçambique, reiterando a sua abertura para continuar a apoiar o país, apesar dos cortes assumidos no ano passado em resultado do escândalo das dívidas escondidas.

“Sempre estivemos e estaremos com o povo moçambicano”, disse o embaixador da União Europeia (UE) em Moçambique, Sven von Burgsdorff, à margem da cerimónia de saudação do corpo diplomático acreditado em Maputo ao Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, por ocasião do Ano Novo.

Num momento em que foi anunciada uma trégua na crise política e militar que opõe o Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, Sven von Burgsdorff manifestou-se optimista numa resolução definitiva do problema, reiterando a abertura da UE, mediador nas negociações de paz, para continuar a apoiar o país.

“Todo mundo pode apreciar avanços concretos ao nível da gestão económica e política”, declarou o diplomata, acrescentando que as partes são capazes atingir passos concretos para paz em 2017.

Por sua vez, o embaixador dos Estados Unidos em Moçambique, Dean Pittman, disse que, apesar de ser evidente que Moçambique tem ainda vários desafios pela frente, a prorrogação da trégua anunciada em finais de Dezembro após conversas telefónicas entre Nyusi e o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, demostra “avanços encorajadores”.

“O mais importante é conversar e este parece ser o primeiro passo para uma paz duradora no país”, afirmou o diplomata, referindo que o interesse dos Estados Unidos por Moçambique tende a crescer e, mesmo com a mudança política norte-americana, com a ascensão de um novo Presidente, o país africano continuará a ser um “importante amigo”.

A alta comissária britânica em Moçambique, Joanna Kuenssberg, disse, por sua vez, que os desafios económicos que o país atravessa devem merecer muita atenção e a superação do impasse político é crucial para que Moçambique se concentre nos desafios financeiros.

“Nós queremos ver esta trégua estendida e transformada numa paz duradora, por um processo político e negociado entre as partes”, declarou a diplomata britânica, que viu a cerimónia de saudação do corpo diplomático como uma “oportunidade de os amigos de Moçambique mostrarem a intenção de continuar a apoiar o país”.

Moçambique atravessa um momento de crise, marcado pela subida do custo de vida, aumento da inflação, desvalorização da moeda local e uma crise política e militar que opõe Governo e Renamo.

O ano de 2016 ficou igualmente marcado pela descoberta de avultadas dívidas, garantidas pelo anterior Governo entre 2013 e 2014, à revelia das contas públicas e dos parceiros internacionais, e que levaram à suspensão do apoio do Fundo Monetário internacional (FMI) e dos financiamentos dos doadores do Orçamento do Estado.

A retoma do apoio está dependente do resultado de uma auditoria internacional independente às empresas beneficiadas pelos empréstimos ocultos, e das negociações entre Governo e FMI.

Redacção

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