Dispsloot: normalidade
Dispsloot – Desde o fim-de-semana que a normalidade regressou ao Município de Dispsloot, norte de Joanesburgo, após aparente entendimento entre as autoridades e os residentes.
A deslocação, na última sexta-feira passada (08 de Abril), dos Ministros da Polícia e do Interior e do governador de Gauteng a Dispsloot acabou sendo fundamental para serenar os ânimos que se exacerbaram, ao longo da semana, culminado com a morte de zimbabweano [queimado vivo].
Os residentes de Diepsloot queixavam-se de uma onda de assassinatos [7 desde Outubro do ano passado segundo o Ministro da Polícia] e outros actos criminais, atribuídos a imigrantes indocumentados [sobretudo zimbabweanos]. Também acusavam a polícia de nada fazer e de ser corrupta.
Terão sido estes os motivos que levaram os residentes de Diepsloot a barricar as principais entradas da zona, obrigando a polícia a recorrer a granadas de efeito moral e a balas de borracha, para dispersar os revoltosos. Só que na noite de quarta-feira (06 de Abril), um grupo de sul-africanos se dirigiu a casa do zimbabweano, Elvish Nyati [jardineiro de 43 anos e pai de 4 filhos] e o assassinou friamente. O presidente Cyril Ramaphosa condenou este ataque da multidão, qual justiça pelas próprias mãos. Ninguém foi detido por este crime hediondo.
Pois então, na sexta-feira (08 de Abril) os Ministros Bheki Cele, da Polícia, e do Interior, Aaron Motsoaledi e o governador de Gauteng, David Makhura, estiveram em Diepsloot.
O Ministro da Polícia, Bheki Cele, anunciou o reforço da presença policial, com equipes de resposta táctica e de detectives, para além de 16 veículos. Terão sido estas equipas que vasculharam a zona e detiveram mais de 50 pessoas, na sua maioria imigrantes.
Já o Ministro do Interior, Aaron Mostoaledi, anunciou o envio de 25 funcionários da Migração que, durante três meses, vão trabalhar em Diepsloot. Mostoaledi diz que este é parte dos esforços do governo para resolver o problema dos estrangeiros indocumentados que vivem em Diepsloot.
Crê-se que esta solução vai resolver o problema a prazo, porquanto os imigrantes indocumentados podem se retirar estrategicamente, por este tempo, regressando quando as autoridades tiverem abandonado Diepsloot. Outro problema que pode despoletar é o dos sul africanos que ganhavam o seu pão arrendando dependências aos imigrantes indocumentados que hoje não os querem.
RAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul