Divagações
Santo Agostinho (354-430), africano, nascido em Tagaste, cidade da Numídia, actual Argélia, filósofo, escritor, bispo de Hipona e importante teólogo cristão do Norte de África, durante a dominação romana, afirma que o que mais desagrada a Deus é o incumprimento dos seus mandamentos, segundo o qual o Homem – não importando quais os motivos – odeie o outro Homem. E acrescenta “como se pudesse existir inimigo pior que o próprio ódio, com o qual uma pessoa se irrita contra si mesma; ou como se alguém com perseguições prejudicasse mais gravemente a outrem do que ao seu próprio coração, cultivando tal inimizade! Certamente essas regras de linguagem não estão mais profundamente gravadas em nós que esta lei da consciência: ‘não fazer aos outros o que não queremos que os outros nos façam’” (in Confissões, Santo Agostinho, página 39).
“Jesus dormiu durante uma tempestade para nos mostrar que a PAZ não está na ausência de momentos difíceis, mas sim na presença de Deus”. Este acontecimento, onde Jesus acalma a tempestade, aparece nos 3 Evangelhos Sinópticos: Mateus 8:23-27, Marcos 4:35-41 e Lucas 8:22-25. Podemos ver, neste relato, que Jesus tem poder para nos salvar de todas as tempestades repentinas da vida, trazendo-nos segurança, tranquilidade e paz. (Google, 12 de Dezembro de 2024).
Um grupo de nossos músicos, à semelhança do que outros, a nível mundial, o fizeram, em 1985, cantando “we are the world”, colectivamente compôs uma linda e melódica música dando loas e fazendo um clamor à Paz de que tanto estamos carecidos em Moçambique.
Com este comportamento violento, aparentemente, sem rumo que África tem assumido, arriscamo-nos a dar razão ao Professor Doutor António de Oliveira Salazar, primeiro-Ministro de Portugal (1936 a 1968), que numa das suas conversas em família afirmava, com errada convicção, que os países africanos precisariam de 200 anos, a partir de 1967, para poderem governar, com responsabilidade, seriedade e competência, os seus territórios e povos. Ele dizia e cito de memória “esses países africanos recentemente saídos da barbárie, mudam constantemente os seus governos através de golpes de Estado, que não garantem a sua continuidade em estabilidade porque estão desertos de programas coerentes de mudanças na continuidade e sem hiatos”. Estas “conversas em família” como assim eram denominadas eram replicadas às Terças-Feiras, ao meio dia, pela Rádio Clube de Moçambique (RCM).
África, de uma vez por todas, deve se consciencializar que a globalização desta era que ora vivemos, não significa submissão incondicional ao pensamento, ao querer e às ordens das antigas metrópoles. Urge que o corte do cordão umbilical suceda. Muita coisa se estraga porque continuamos a funcionar sob controlo remoto do antigo colonizador, em particular, e do ocidente, na sua generalidade. Em África temos e sempre tivemos pensadores. Não confundamos analfabetismo em relação às grafias das línguas ocidentais ou mesmo o não domínio escrito das nossas línguas nacionais com ausência de intelecto. Intelecto vem do intus-legere (inteligência = faculdade de conhecer, compreender e aprender).
O uso prático da inteligência como ferramenta de fazer coisas também prácticas. Quantas vezes ficamos admirados quando conversamos com indivíduos analfabetos, mas possuidores de elevado coeficiente de inteligência (QI).
O contrário, também, infelizmente ocorre: pessoas com o grau máximo de escolaridade formal, mas com um défice de inteligência confrangedor. Há que começarmos a utilizar os nossos pensadores indígenas com maior exaustão. E se carecemos de alguma ciência, no âmbito da dita globalização vamos buscá-la lá fora. A ciência é património da Humanidade e não somente do Ocidente.
Com a redução da taxa MIMO, decretada pelo Banco Central a 27 de Novembro de 2024, a propensão para os investidores procurarem por dinheiro para investimentos produtivos aumentará. Novos empregos surgirão. A juventude começará a estar mais ocupada. A sociedade terá motivos materiais para sedentarização populacional, que deixará de deambular do campo para os centros urbanos. Face à uma abundância de oferta de mercadorias verificar-se-á a estabilização dos preços, a inflação manter-se-á na sua tendência para baixar, o país produzirá excedentes susceptíveis de satisfazerem a demanda (procura) global, que incluí as exportações, que aumentarão.
Os jovens futebolistas da Associação Black Bulls (ABB) do nosso país jogaram futebol sem complexo de inferioridade contra a equipa do Egipto que esteve entre nós na semana passada. Os visitantes pensavam que eram favas contadas. Enganaram-se. Tremeram. Os nossos touros da Matola, feridos da derrota trazida do Egipto, empatam na Taça CAF. Queriam ganhar. Quase ganhavam. E faltou-lhes intensidade e “matadores” de baliza (oh quanta falta temos dos Matateu, Eusébio, Coluna, e etc.) para derrotarem Al Masry. Esta desenrolou um jogo acessível à garra dos ABB.
Com efeito, a Associação Black Bulls empatou a uma bola na recepção ao Al Masry do Egipto em jogo da segunda jornada do Grupo D da Taça da Confederação Africana de Futebol – Taça CAF, também designada Taça Nelson Mandela, em partida disputada na noite de Domingo, 8 de Dezembro, no Estádio Nacional do Zimpeto.
Os “touros” voltam a jogar no próximo dia 15 de Dezembro, devendo receber no Zimpeto o Enyimba da Nigéria que empatou a duas bolas com o Zamalek, do Egipto.
Porque gosto do Lula da Silva, Presidente do Brasil, fiquei preocupado quando os “media” internacionais anunciaram ontem que ele foi submetido a uma intervenção cirúrgica ao cérebro para extracção de um/uma hematoma! Fui ao dicionário e ao Google ver o significado de tal doença! Afinal é uma erupção sub-cutânea derivada de uma acumulação de sangue em resultado de uma queda ou pancada! Dizem que ele caiu no dia 18 de Novembro de 2024. O Lula não pode morrer agora! Ele tem um projecto muito importante do Brasil para África! O G20 precisa de uma voz corajosa como a dele! No BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) ele é fundamental! No seu último mandato da sua governação, adoptou políticas macro-económicas geradoras de um Milhão de empregos e trabalho! “I like him”!
Em África, continente por Deus também abençoado, temos visto coisas incríveis ou inacreditáveis. Presenciamos coisas terríveis entre os homens ditos civilizados: comprazerem-se com o sofrimento do seu semelhante! Os camponeses, criadores de gado bovino, aconselham a não matarmos uma vaca defronte das outras! A manada fica triste com o sacrifício infligido contra a vida da sua irmã! Por isso invejo a civilização dos animais ditos irracionais! Mas nós hoje em África encontramos prazer e alegria doentios ante o sofrimento desnecessário que administramos, com sadismo, requinte de malvadez e selvaticamente ao nosso irmão!
Tem sido Dias difíceis! Muito difíceis! Em Jesus Cristo, verdadeiro Príncipe da Paz, somos fiéis ao amor e à Paz. Oremos! Continuemos a ler São Mateus! Leiamos os versículos mais pacificadores do Al Corão e de outros livros sagrados das religiões existentes neste mundo. Evitemos ler somente as mensagens sobre a violência que grassa no nosso continente! Concluamos, finalmente, porque ainda não é tarde, que a violência contra as mulheres, homens, crianças, enfim, contra a Humanidade, não nos ensina nada de útil para o nosso futuro! A violência não tem criatividade, é repetitiva! Fogo! Balas! Pancadaria! Insultos! Ódio! Vingança! Inveja! Suspeição! Nada de novo aprendemos! Então, decidamos abraçar esse sinal que Deus, incansavelmente, tenta dar-nos todos os dias: O AMOR PELO NOSSO IRMÃO! Orando, meditando, jejuando, caminhando pelas estradas só connosco mesmos, em silêncio, concluiremos que experimentamos Paz, Alegria, Amor! Alguns desconhecidos, durante a nossa caminhada, de semblante carregado, se assustam quando os saudamos com um alegre, ruidoso e contagioso “Bom dia”! Convenhamos que durante esta nossa curta peregrinação pela terra que Deus nos empresta só o AMOR vale a pena! Calma minha irmã! Sossega meu irmão!
Continuemos a suplicar que as inúmeras igrejas existentes em África e muito influentes de entre os milhões de habitantes, façam também homilias concretas contra esta situação que ora se vive no nosso continente! O jovem que queima pneus na rua não vai às igrejas, mas os seus pais, encarregados de educação vão!
Corrijamos o que está errado sem magoar psicológica, física e patrimonialmente a nossa avó pobre que nunca governou em África!
Permitamos, então, que Deus nos ilumine nesta perspectiva!
Corrigir o que é preciso mudar sem provocar a violência contra pessoas inocentes e desinformadas.
ANTÓNIO MATABELE*
*Economista
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 13 de Dezembro de 2024, na rubrica de opinião denominada N’siripwiti – gato do mato.
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