Divertir com estratégias
Estratégias – A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), é uma organização económica de 15 países da região. Foi fundada na década de 1980 pelos Estados considerados progressistas da “Linha da Frente”, incluindo Moçambique, para reduzir a dependência económica em relação à então poderosa África do Sul do apartheid.
Com mais de 20 anos de existência, a SADC ainda não conseguiu reduzir a dependência dos Estados membros em relação à África do Sul. Porém, não menos importante, a SADC logrou acabar com o apartheid e acolheu a nova África do Sul na família regional e a balança económica continua a favorecer o antigo “posto avançado do capitalismo” na região.
Moçambique, com cerca de 36 milhões de hectares de terra arável, importa quase tudo o que consome da África do Sul, desde tomate, cebola, batata e muito mais.
O Zimbabwe que em algum momento foi considerado o segundo celeiro da região depois da África do Sul, também está de joelhos na sequência da violenta reforma agrária que consistiu na expropriação de terras de farmeiros brancos na década de 2000.
Alguns agricultores comerciais brancos fugiram do país e outros renderam-se aos veteranos errantes.
Com mais de 200 milhões de consumidores, a região da África Austral passou a ser refém da África do Sul.
A estratégia original da SADC de reduzir ou acabar com a dependência económica falhou.
Os líderes da região, atrelados na visão da industrialização da União Africana no âmbito da Agenda 2063, concebida sob liderança da sul-africana Nkosazana Dlamini-Zuma, que sacrificou a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África, NEPAD, procuram vender nova estratégia ao povo.
Reconhecem que apenas África do Sul e as Maurícias apresentam bases avançadas de industrialização. O resto dos países ainda está mesmo na “idade da pedra”.
A SADC depende largamente do financiamento externo, sobretudo da União Europeia.
Os estrategas da industrialização regional dizem que o processo vai ser financiado através de orçamentos dos estados de cada país membro.
Por causa da pobreza, há muitas prioridades nos Estados em “idade da pedra”: a educação e a saúde consomem maiores fatias dos orçamentos e resta muito pouco para distribuir por outros sectores.
O sector privado é muito fraco por falta de poupanças internas dos cidadãos que apenas ganham salários de sobrevivência.
A industrialização regional vai ser mais uma estratégia dos políticos para divertir o povo.
THANGANI WA TIYANI