Dívida pública

Dívida pública – O Banco de Moçambique alerta que a elevada dívida pública está a limitar a capacidade dos bancos emprestarem verbas às empresas e famílias, apesar de o risco global para a estabilidade financeira ter descido.

De acordo com o Boletim de Estabilidade Financeira, esta segunda-feira divulgado em Maputo, “a dívida pública como percentagem do produto interno bruto aumentou, contribuindo para os altos níveis de dívida no sector público, que constituem uma importante vulnerabilidade no sistema financeiro”.

No relatório, o banco central de Moçambique alerta que “outros sectores da economia estão a ressentir-se da elevada dívida pública devido ao peso do Estado na economia e ao hiato na cobertura das suas responsabilidades, com os elevados níveis de empréstimos vencidos, restringindo a disposição dos bancos em conceder créditos às empresas e famílias”.

Ainda assim, apontam os técnicos da entidade liderada por Rogério Zandamela, “o risco global para a estabilidade financeira em Moçambique diminuiu nos últimos três anos”, já que “os níveis nominais das taxas de juro reduziram, contribuindo para a flexibilização das condições financeiras, facto que, associado às altas taxas de solvência bancária que aumentaram a resiliência no setor bancário, favoreceu a redução do risco sistémico”.

A redução do crescimento económico este ano, fruto essencialmente do impacto dos ciclones na primeira metade do ano, afectou também o sector financeiro, diz o banco central.

“As instituições de crédito, especialmente as de importância sistémica, foram afectadas pelo fraco desempenho da economia e pelo incumprimento das obrigações dos diferentes intervenientes no sistema bancário”, lê-se no relatório do banco emissor moçambicano.

O documento do banco regulador de Moçambique alerta ainda que “o baixo crescimento na África do Sul aumentou o risco de crédito, agravando o stress financeiro naquele país e pode, potencialmente, impactar as empresas e famílias moçambicanas, dada a acentuada interligação entre as economias dos dois países”.

 (Correio da manhã de Moçambique)

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