Dívidas: mais 3 detenções
As autoridades britânicas prenderam esta quinta-feira, em Londres, a pedido da Justiça dos Estados Unidos, três antigos banqueiros do Credit Suisse envolvidos nos empréstimos a empresas públicas moçambicanas, no âmbito da investigação às chamadas dívidas ocultas.
De acordo com as agências internacionais, que citam os procuradores da Justiça em Nova Iorque, a investigação, que envolve também o antigo ministro das Finanças moçambicano Manuel Chang, abarca a actuação de três antigos banqueiros que intermediaram empréstimos a empresas públicas moçambicanas realizados à margem das contas, no valor de mais de doi mil milhões de dólares norte-americanos.
Andrew Pearse, um antigo director do banco Credit Suisse; Surjan Singh, director no Credit Suisse Global Financing Group, e Detelina Subeva, vi-presidente deste grupo, foram detidos esta quinta-feira em Londres e enfrentam um pedido de extradição para os Estados Unidos, onde a Justiça investiga se os investidores foram deliberadamente enganados nos empréstimos.
No âmbito desta investigação, o antigo ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang foi detido na África do Sul no dia 29 de Dezembro, quando tentava embarcar para o Dubai, na sequência de um pedido de extradição das autoridades norte-americanas.
A comunicação social moçambicana e estrangeira refere que o antigo governante, que é actualmente deputado da Assembleia da República, é acusado de conspiração para fraude electrónica, conspiração para fraude com valores mobiliários e lavagem de dinheiro.
Manuel Chang foi ministro das Finanças de Moçambique durante o Governo do Presidente Armando Guebuza, entre Fevereiro de 2005 e Dezembro de 2014.
Então com o pelouro das Finanças, foi Manuel Chang que avalizou dívidas de mais de 2.000 milhões de dólares (1.760 milhões de euros) secretamente contraídas a favor da Ematum, da Proindicus e da MAM, empresas públicas ligadas à segurança marítima e pescas, entre 2013 e 2014.
A mobilização dos empréstimos foi organizada pelos bancos Credit Suisse e VTB.
Uma auditoria internacional deu conta da falta de justificativos de mais de 500 milhões de dólares (440 milhões de euros) dos referidos empréstimos, sobrefaturação no fornecimento de bens e inviabilidade financeira das empresas beneficiárias do dinheiro.
Redacção