Dominar um incêndio

Dominar um incêndio  – Apesar de ser um brilhante ignorante em assuntos castrenses, julgo estar à altura de considerar precipitadas algumas celebrações, algo exageradas, na sequência da recuperação da Vila da Mocímboa da Praia, que, de resto, oficialmente nunca havia sido admitido como tendo sido “tomada” por quem quer que seja.

A ideia que fica, mesmo para um treinador de bancada como eu, é de que pela forma como as coisas aconteceram naquela vila portuária mais a Norte de Moçambique, a maior parte dos chamados “insurgentes” terá abandonado o local tempestivamente, se dividindo em grupos pequenos, dispersando-se na região e/ou emigrando para outras, para, depois de a “poeira assentar”, aprontar algo, talvez mais sinistro ainda.

Julgo ser este cocktail de dados motivo mais que suficiente para alertar para que não se confunda o dominar um incêndio com a sua extinção. Aliás, alguns antigos guerrilheiros nacionais sobre isto já elaboraram o bastante, publicamente.

Os “insurgentes” têm conhecimento e consciência de que as tropas do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) não permanecerão eternamente em Moçambique.

Há dias, o Brigadeiro General Pascal Muhizi, um dos comandantes do exército ruandês em Moçambique, disse algo que quem de direito devia sublinhar e tomar como ponto de referência no âmbito da reorganização – que se diz estar em marcha – das nossas Forças de Defesa e Segurança (FDS), bastando recorrer a alguns antónimos do que falou e que neste artigo coloco e “caixa alta”.

Para o sucesso das suas forças na luta contra os insurgentes em Moçambique, Pascal Muhizi apontou a RESILIÊNCIA, DISCIPLINA e MOTIVAÇÃO…

Da mesma forma que não se deve confundir o dominar de um incêndio com a sua extinção, um conhecido político-militar africano já, igualmente, alertou para não se confundir um homem armado e, por vezes, desmotivado, com um militar.

Dois homens armados, fardados, mas aparentemente desmotivados

Fazendo uma apreciação comparativa, muito recentemente o presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, comentou, a propósito da saída dos tropas norte-americanas do Afeganistão que “os americanos não podem morrer a combater os talibãs quando as forças afegãs não o fazem”.

Voltando para Moçambique: são os moçambicanos quem mais se devem preocupar e encontrar motivos bastantes para defender o seu país, porque outros [povos e Estados] podem vir nos ajudar a combater, com formações e equipamentos, mas, mais do que isso, há que haver MOTIVAÇÃO entre os jovens moçambicanos integrados nas FDS.

Mas motivação é como respeito: não se impõe, tão pouco se exige, cultiva-se, com ACTOS.

Os anjinhos que acreditam no contrário que vejam o que fizeram os talibãs, em menos de dez dias, mal os norte-americanos e seus aliados militares saíram do Afeganistão.

A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras!  Digo/escrevo isto porque que ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo intitulado “Cheira a maturidade no MDM”  foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 20 de Agosto de 2021, na rubrica de opinião denominado TIKU 15

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