E agora, Mesquita?
Finalmente, a Comissão Central de Ética Pública (CCEP) saiu do silêncio onde estava amordaçada e produziu uma deliberação onde concluiu que o engenheiro Carlos Mesquita, o mais alto funcionário do Ministério dos Transportes e Comunicações, pontapeou a Lei de Probidade Pública.
A CCEP submeteu uma cópia da referida deliberação ao Gabinete Central de Combante à Corrupção (GCCC), para que aquela instituição possa proceder com o que lhe compete.
Há poucas semanas, quando o caso da contratação por ajuste directo da empresa de Transportes Carlos Mesquita para prestar serviços de transporte e carga no Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), veio a público, o ministro, quando foi abordado sobre o assunto,disse a plenos pulmões que “eu conheço a lei e respeito a lei. Quando o dia chegar, eu irei falar. Obrigado!!!”
Que conhecimento da lei era esse que a CCEP agora desvendou?
Sabendo-se que o director-geral do INGC em tempos recentes havia ocupado a pasta de vice-ministro-ministro e aparecia a adjudicar, sem concurso público, um negócio à empresa participada pelo ministro Mesquita,tinha combinado antes? Eticamente estava a ser difícil encontrar nexo nesta adjudicação!!!
Agora cabe ao GCCC proceder como deve e outros casos como de alegado pagamento de ‘luvas’ no caso da venda de aeronaves à LAM, com a criação da empresa “Xihivele, limitada”, do antigo administrador dos Aeroportos de Moçambique que adjudicou obras à empresa do irmão tenham desfecho.
É o mínimo que o GCCC pode fazer com vista a recuperar o pouco que resta da dignidade e do constante insulto à inteligência dos moçambicanos!!!
Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: E agora, “camarada” Mesquita?
Luís Nhachote
* Texto publicado na versão PDF do jornal Correio da manhã de 23 de Março de 2017