Economia moçambicana cresce aquém das potencialidades
Economia moçambicana está a crescer aquém das potencialidades naturais de Moçambique, conforme admitiu hoje em Maputo o chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi.
Nyusi disse expressamente que a economia de Moçambique tem crescido abaixo dos recursos naturais de que dispõe, defendendo a aposta na industrialização para a diversificação da base produtiva.
“Podemos e devemos crescer mais e devemos crescer mais”, enfatizou Nyusi, falando no discurso de abertura da 18.ª Conferência Anual do Sector Privado (CASP), que junta empresários, membros do Governo e representantes de instituições financeiras nacionais e internacionais.
O tecido produtivo e o crescimento económico devem reflectir a quantidade e qualidade de recursos de que Moçambique dispõe, acrescentou o chefe de Estado.
Nesse sentido, prosseguiu, o país tem que apostar na industrialização, aproveitando o seu potencial agrícola, energético e hídrico, bem como a plataforma logística proporcionada pelos portos e corredores rodoviários que possui.
“A nossa política e estratégia de industrialização revista em 2016 prevê uma industrialização a partir do distrito, apoiando projectos que criam emprego infraestruturas e inovação”, enfatizou.
O Presidente moçambicano assinalou que a aprovação em Agosto último do Pacote de Medidas de Aceleração Económica (PAE) constitui um importante passo para a mobilização do sector privado, visando o aumento de investimento e de oportunidades de negócios.
Filipe Jacinto Nyusi referiu ainda a adesão de Moçambique à Zona de Comércio Livre Continental Africana [AfCFTA, na sigla em inglês] como uma importante oportunidade para as empresas nacionais.
“Moçambique hoje deve ser equacionado como um polo e plataforma logística, não apenas porta de entrada para os seis países da SADC – Comunidade de Desenvolvimento da África Austral SADC, sem acesso ao mar – mas também como da Zona de Comércio Livre Continental Africano, um mercado com cerca de 1,3 milhões de consumidores”, declarou.
Filipe Nyusi frisou que a economia moçambicana segue uma trajectória de crescimento assinalável, apesar de longe do seu potencial, tendo registado em 2022 um Produto Interno Bruto (PIB) de 4,1%.
A CASP conta com a presença física de mais de três mil participantes e em formato virtual de 12 mil.
10 delegações estrangeiras participam na CASP, incluindo as da África do Sul, Angola, Brasil, Zimbábue, Portugal e Maurícias.
Durante os três dias da conferência, serão discutidos projectos de diversos sectores avaliados em cerca de 1,2 mil milhões de dólares (mais de mil milhões de euros).
Redactor