Educação Financeira: Absa
Educação Financeira – O Absa Bank Moçambique realizou na passada quarta-feira (22/09), a 5ª edição do “Absa E-Series” sob o tema “Educação Financeira para um Moçambique Sustentável”.
O Evento contou com a presença do Banco Mundial representado por Julián Casal, economista sénior, que apresentou o panorama das acções no âmbito da Educação e Inclusão Financeira tendo como base a estratégia do Banco de Moçambique e do Governo, a estratégia nacional de Inclusão Financeira (2016 a 2022), instrumento este que define as metas globais a serem alcançadas para melhoria do sistema financeiro.
Um debate moderado pelo Administrador Delegado do Absa Bank Moçambique, Rui Barros que para além de Julián Casal, em representação do Banco Mundial contou com a presença do PCA do Banco Nacional de Investimentos (BNI), Omar Mithá, a CEO da FSD Moçambique, Esselina Macome e o Economista e Investigador do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE), Yasfir Ibraimo.
“Ainda existem muitos desafios em torno da inclusão financeira em Moçambique, como a limitada presença dos serviços financeiros fora das zonas urbanas, constrangimentos em termos de ecossistema para aceitação dos pagamentos digitais, coordenação limitada de esforços de educação financeira, falta de documentação de identidade para muitos cidadãos, entre outros aspectos. Entretanto, assenta nas metas do Governo, assegurar que 75% da população passe a ter um ponto de acesso físico ou electrónico aos serviços financeiros formais a menos de 5 quilómetros do seu local de residência ou trabalho, bem como melhorar o rácio da 30% da população adulta com acesso a uma conta bancária”, referiu Julián Casal no decorrer da sua apresentação.
Por seu turno, Yasfir Ibraimo, explicou que “a inclusão financeira digital em Moçambique enfrenta ainda algumas limitações, uma das quais é o acesso ao crédito bancário para poder investir e consequentemente gerar poupanças e, neste sentido, há que destacar a questão de criação de rendimentos através da consciencialização financeira, as vantagens que o sistema financeiro pode trazer para vida da população, todos estes aspectos estão interligados às dinâmicas económicas ao nível do País e estas devem caminhar de forma diversificada e produtiva com vista a criar estimulo ao sistema financeiro”, disse.
“Há necessidade de continuar a trazer temáticas financeiras dentro do currículo e também implementar formas de aprendizagem ligadas à componente digital. A nossa perspectiva em termos de inclusão financeira não se limita apenas no acesso, mas também na questão do uso, uma vez que no fim do dia queremos melhorar a qualidade de vida das pessoas, nós temos trabalhado com pessoas de baixa renda, algumas iletradas, no entanto, com a tecnologia, estas mostram-se mais ávidas a aderir aos serviços financeiros, portanto, esperamos que o sector financeiro a par da inclusão financeira, traga novos actores, como as fintechs e outros provedores de serviços”, disse a CEO da FSD Moçambique, Esselina Macome.
Por conseguinte, Omar Mithá considerou que “as políticas monetárias fiscais devem estar em linha com a conjuntura económica, por exemplo, numa situação de recessão económica era expectável que tivéssemos uma taxa de juro de referência mais reduzida, a par da consolidação fiscal. Adicionalmente, a inclusão financeira depende directamente do sector real, nomeadamente, da geração de rendimento nas zonas rurais, tal como acontece com os programas do sector agrícola, como o sustenta, dentre outros sectores, suportados pela expansão de infraestruturas, que, no seu conjunto, criam as condições de atractividade para o exercício da intermediação financeira fora das zonas urbanas”, concluiu.
Rui Barros, Administrador Delegado do Absa Bank Moçambique, por seu turno, deu nota que “O alcance e a infraestrutura que possa existir ao nível do sistema financeiro para chegar mais próximo das populações não é suficiente para garantir a inclusão financeira, e este é o ponto de partida para o tema em questão”, acrescentou ainda “Temos que estar conscientes que o conhecimento, a educação e a capacidade do indivíduo entender a informação que lhe é dada e transmitida sobre os assuntos financeiros é fundamental para quando estivermos num estágio avançado de proximidade de infraestruturas, seja por via de expansão de agências, de agentes bancários e de meios digitais.”
O Absa Bank Moçambique no âmbito do seu programa de educação financeira tem desenvolvido várias acções complementares, como é o caso do manual simplificado e ilustrativo de Literacia Financeira, bem como as várias iniciativas da qual este debate foi pioneiro com o objectivo de proporcionar conhecimento, inclusão e acesso a todos os moçambicanos e capacitar os segmentos que serve.
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