Eleições: Um ferido por “tiros de dispersão” e 4 detidos

Uma pessoa ficou ferida e quatro foram detidas num incidente ocorrido numa assembleia de voto, em Maputo, devido a um apagão durante a contagem de votos das eleições de quarta-feira, disse hoje a polícia.

Leonel Muchina, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), na cidade de Maputo, disse à comunicação social que agentes da corporação efectuaram tiros de dispersão quando populares tentavam invadir uma assembleia de voto na Escola Secundária de Mubukwana, no bairro George Dimitrov, por suspeitas de irregularidades após um corte de corrente eléctrica na região.

“O comportamento destes cidadãos [detidos] criou insurgência popular, tanto que as pessoas quiseram invadir aquela assembleia de voto e nisto houve necessidade de fazer tiros de dispersão. Pensamos que involuntariamente um destes tiros teria alvejado o cidadão (…), mas está fora de perigo e foi imediatamente socorrido no hospital, onde recebe cuidados médicos”, disse o porta-voz.

Segundo a polícia, as quatro pessoas foram detidas por “incitamento à desordem pública” após o apagão, tendo, na sequência, incendiado um pneu presumindo que o corte de energia criasse um cenário para “qualquer irregularidade” naquela assembleia de voto.

“Foram recolhidos e haverá responsabilização em relação a esta situação de incitamento à desordem, porque isso criou, momentaneamente, desmandos naquela assembleia de voto”, referiu o porta-voz da polícia.

Leonel Muchina avançou, entretanto, que o dia de votação na capital moçambicana decorreu num “ambiente calmo e seguro”, referindo que a polícia está a fazer um “controlo cerrado” em todos os pontos para garantir também que a movimentação de boletins de voto seja feita de forma “segura e ordeira”.

“A cidade de Maputo está calma. Pensamos que se vai manter calma justamente porque as pessoas aqui na cidade de Maputo entendem que este ambiente é de festa e não um ambiente que deve ser usado como argumento para instabilidades e para criar desordem pública”, concluiu.

As eleições gerais de quarta-feira incluíram as sétimas presidenciais – às quais já não concorreu o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos – em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.

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