Espectáculo ridículo

Espectáculo ridículo – Desde meados de Fevereiro deste 2020 que Moçambique se transformou num palco de um espectáculo ridículo e simplesmente deprimente, tendo como protagonistas (alguns d)os Governadores provinciais eleitos e os Secretários de Estado de província, designados.

Tudo porque os actores foram projectados para um cenário que se presumiu, mas não se concretizou.

Porque em todas as regras existem excepções, alguns dos protagonistas rapidamente se retiraram, de facto, da encenação, ou fingem estar a fazer a exibição do teatro, meramente por questões de disciplina partidária.

E, no fim do dia, quem paga a factura pesada deste espectáculo ridículo e desnecessário é o pobre contribuinte.

De facto, os moçambicanos pagantes dos impostos estão a suportar uma duplicação desnecessária de encargos porque onde efetivamente devia comparecer um, vão dois, e cada um com o seu pessoal e meios, que devem ser pomposos e aparatosos, para condizer com o “estatuto do camarada excelência”.

E, porque (quase) todos querem dar nas vistas, o frenesim chega a ser patético, com alguns dos actores literalmente a fazer retroceder as comunidades para práticas que não têm registo há mais de cem anos.

Sinceramente falando, não me parece ser tarefa de um representante do chefe de Estado na província muitas das actividades e acções protagonizadas por estas figuras, em muitos casos perturbando/ofuscando, claramente, o papel e a imagem do Governador da Província, que fez campanha como cabeça-de-lista e como tal foi eleito pelo povo.

O Secretário de Estado devia ser uma figura eminentemente tecnocrata e deixar a actividade política para o Governador, que fez promessas e deve cumpri-las e prestar contas ao seu eleitor, periodicamente.

Porque os entendimentos políticos que conduziram ao estabelecimento deste quadro legal foram negociados e acordados num ambiente que muito radicalmente mudou, em salvaguarda do bom senso e do bolso do cidadão contribuinte bem pode, quem hoje pode, de facto, alterar o cenário para nos livrar deste espectáculo ridículo que apenas agrada a poucos, que até não se poupam a esforços no acto da encenação.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 06 de Março de 2020, na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE

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