Está consumado!
Está consumado! Não. Este curto texto nada tem que ver com o “está consumado” contido na carta de João 19.28-30 do livro sagrado dos cristãos: a Bíblia.
Este “está consumado” é um logro politicamente concebido com mestria e que já está a dar os seus frutos.
Por um dos seus mais destacados integrantes, em tempo oportuno bem se advertiu que um certo grupo governaria uma determinada porção de terra por mais de cem anos. Alguns analistas lá da banda reagiram com cepticismo próprio de quem acreditava na seriedade do fair play anunciado com a introdução das regras que norteariam as periódicas partidas de uma competição denominada democrática.
Só que aquele grupo manhoso aceitou – apesar de, com muita relutância – participar no tal jogo democrático. Mas como à data em que anuiu ao desafio tinha o controlo pleno da situação, liderou o desenhado do campo e a definição das regras das partidas. Igualmente tratou de assegurar o controlo e registo dos adeptos de todas as equipas, jogadores, árbitros, fiscais e federação respectiva.
Com mestria aquele grupo ardiloso e inteligente, diga-se, em cada partida driblou os rivais, envolveu atletas “fantasmas”, manipulou os jogadores das formações adversárias e aos poucos ficou apenas com rivais simplesmente debilitados, desorientados e dóceis. As partidas começaram a perder interesse e a apatia se instalou no seio dos adeptos das restantes formações. Nelas apenas participavam os fanáticos e alguns coagidos.
A falta de seriedade começou a ficar nítida quando nas vésperas das partidas se começava a vender bilhetes de acesso mesmo sem se conhecer as equipas participantes no jogo.
O sistema estava tão viciado de tal sorte que mesmo que se alinhassem inválidos da parte da formação matreira, esta ganhava de forma humilhante aos seus opositores.
Os mais lúcidos começaram a desistir de seguir as suas equipas já visivelmente fragilizadas e resignadas, a aquisição dos bilhetes de entrada nos campos partidas baixou substancialmente porque apenas eram adquiridos pelos correligionários daquele grupo esperto e os analistas na matéria começaram a admitir, publicamente, que já não duvidavam de quem ganharia todas as partidas futuras.
Estava consumado e os jogos passaram a ser efectuados apenas para cumprir calendário e os dirigentes daquela porção de terra aparecerem nos rankings dos que participam no jogo democrático para garantir certas coisas que fazem falta lá na zona…
E, prontos, está consumado!
Ficou mais que claro que, inquinado que está o panorama, nas modalidades actuais aquele grupo governará, efectivamente, por muito mais tempo, aquele pedaço de terra cujo nome agora não me ocorre…
Estou a falar só!
A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras! Digo/escrevo isto porque ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente.
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 03 de Maio de 2024, na rubrica TIKU 15.
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