EUA: Nova embaixada
O embaixador dos Estados Unidos (EUA) em Moçambique, Dean Pittman, colocou hoje a primeira pedra para a construção de um novo complexo da Embaixada norte-americana em Maputo, avaliado em 253 milhões de dólares norte-americanos.
“A nossa nova embaixada significa um investimento no povo e na economia de Moçambique”, declarou Dean Pittman, durante a cerimónia de lançamento da construção do empreendimento, cujo término está previsto para 2019.
O diplomata norte-americano assinalou que a construção de um complexo desta dimensão vai servir para consolidar a confiança que existe entre os dois países.
“Esta nova embaixada será um símbolo para as actuais e futuras gerações da forte e crescente relação entre os Estados Unidos da América e Moçambique”, afirmou Dean Pittman, manifestando-se confiante para com o futuro do país africano.
O novo complexo vai ocupar dez hectares de uma zona privilegiada da capital moçambicana, num projecto que inclui a construção de uma chancelaria, residência da Guarda de Segurança Marítima, edifícios de apoio e instalações para a comunidade da Embaixada.
Espera-se que com a construção do novo complexo sejam criados 130 postos de trabalho.
MNEC moçambicano
O ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano aproveitou a oportunidade para apelar aos parceiros internacionais a retomarem a ajuda ao país, aproveitando o momento de “abertura e espírito construtivo” do FMI face a um novo programa de apoio.
“Encorajamos os parceiros de cooperação, incluindo os Estados Unidos da América, a aproveitarem este momento de esperança para continuarem a trabalhar com o nosso país, com vista à retomada plena dos fluxos financeiros, numa base mutuamente vantajosa e respeitando o princípio da transparência e prestação de contas”, declarou Oldemiro Baloi.
O chefe da diplomacia moçambicana disse que o seu país se encontra encorajado pela “abertura e espírito construtivo demonstrado pelo FMI [Fundo Monetário Internacional] rumo à retomada das negociações para a definição do futuro mecanismo financeiro de apoio”.
Do mesmo modo, referiu que, num momento em que enfrenta “múltiplos desafios”, além da agenda económica, o Governo colocou no centro das suas prioridades o fim do conflito com a Renamo, no centro e norte do país.
“Continuamos empenhados a levar a cabo todas as iniciativas, incluindo com apoio dos nossos parceiros internacionais, com vista a devolver uma paz efectiva e duradoira ao nosso país, condição indispensável para a livre circulação de pessoas e bens e para a retoma da actividade económica em toda a extensão territorial”, afirmou.
Oldemiro Baloi considerou a construção da nova representação norte-americana “um sinal inequívoco do excelente nível de relações políticas e de cooperação e, portanto, da parceria de longo-prazo” entre os dois países, nascida há 40 anos, após a independência de Moçambique.
“Estamos convictos de que, juntos, pedra a pedra, continuaremos a construir um edifício sólido das nossas relações que assentam em pilares que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável exprimem duma forma clara e abrangente”, afirmou.
Em Maio, os EUA anunciaram a revisão do financiamento calculados em cerca de 350 milhões de euros anuais a Moçambique, após a descoberta de dívidas ocultadas nas contas públicas moçambicanas, seguindo o exemplo do FMI e dos 14 doadores do Orçamento do Estado.
Tal como outros parceiros, os Estados Unidos exigem uma auditoria às empresas estatais beneficiadas pelos empréstimos ocultos, garantidos pelo Governo entre 2013 e 2014.
REDACÇÃO