EUA comentam trégua
O embaixador dos EUA em Maputo considerou hoje um sinal encorajador a trégua de uma semana declarada pelo líder da Renamo, principal partido de oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, e espera que o gesto contribua para uma paz duradoura.
Numa mensagem por ocasião do ano novo enviada ao Correio da manhã, Dean Pittman elogia o esforço do Governo moçambicano e da Renamo na busca de uma solução pacífica e duradoura para a violência militar no país.
“O empenho de ambas as partes na busca de uma solução pacífica e duradoura para a violência contínua é bem-vindo. Esperamos que esse empenho resulte num acordo que traga Moçambique de volta a um caminho de paz e estabilidade”, refere o texto.
Dean Pittman assinala que a violência entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas e o braço armado da Renamo ceifou vidas, lesou famílias, interrompeu o comércio e manteve crianças fora da escola.
Moçambique, continua Pittman, assistiu a uma contínua violência, caraterizada por ataques a postos de saúde, assassínios de políticos, ataques a colunas de viaturas e sequestros.
No plano económico e financeiro, o embaixador norte-americano lembrou que 2016 foi marcado em Moçambique por revelações de que o anterior Governo moçambicano escondeu dívidas no valor de USD 1,4 mil milhões. E que levaram à suspensão do apoio de alguns dos principais parceiros internacionais, incluindo os Estados Unidos.
“O impacto desses empréstimos contraídos, violando a Lei Orçamental e a Constituição, sobre a economia e a confiança dos investidores e doadores é sentido em todo o país”, sublinha Dean Pittman.
O diplomata destaca que “os passos que o governo está agora a tomar – uma auditoria independente e uma investigação das irregularidades por parte da procuradora-geral -, são fundamentais para restaurar a confiança e colocar a economia de volta a um caminho sustentável”.
O Governo moçambicano assumiu, a 25 de Outubro, incapacidade financeira para pagar as próximas prestações dos seus encargos com os credores, defendendo uma reestruturação dos pagamentos, indispensável para um novo programa do FMI, cujas regras impedem a ajuda a países numa trajetória insustentável da dívida, como é o caso de Moçambique.
No plano político, na terça-feira, o líder da Renamo anunciou uma trégua de uma semana como “gesto de boa vontade”, no seguimento de uma conversa telefónica mantida no dia anterior com o Presidente moçambicano.
Redacção