Extremada Junta Militar
Extremada Junta Militar – A cada dia que passa a autoproclamada Junta Militar da Renamo extrema posições, ao ponto de proclamar a sua clara disposição de recorrer aos tiros se tal for necessário e coloca na mesa as exigências que foram “bandeira” do falecido presidente da “perdiz”, Afonso Dhlakama.
Desafiadora, a extremada “Junta” afirma abertamente que recorrerá a força armada se o Governo rejeitar renegociar com ela para liderar as decisões do processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR) social.
O homem que tem dado a “cara” pela auto-proclamada e extremadaJunta Militar, o veterano general da Renamo, Mariano Nhongo, esta segunda-feira eleito líder deste grupo revoltoso, condicionou o acantonamento das tropas da “perdiz” à integração, primeiro, dos guerrilheiros, no exército, na Unidade de Intervenção Rápida (UIR) e nos Serviços de Informação e Segurança de Estado (SISE), de resto, exigências que Dhlakama sempre condicionou para qualquer entendimento com o Governo do partido Frelimo.
“Se [o Governo] não [ceder] rebentamos com a guerra porque somos pessoas que entendem [de guerra]”, disse Mariano Nhongo, à margem do conselho extraordinário da Junta Militar da Renamo, que terminou esta segunda-feira na Gorongosa, acrescentando que o grupo apenas quer “negociar bem com o Governo”.
O grupo denunciou a ausência de organizações acreditadas, como a Cruz Vermelha, para testemunhar a entrega de armas e o fim do conflito actualmente em curso, considerando a situação um “abuso” para a democracia.
“É abuso o que está para ser feito no dia 21 (de Agosto) ”, disse Mariano Nhongo, referindo-se à previsão de entrega pelos peritos militares internacionais, envolvidos no desarmamento, do lote das armas recolhidas no processo do DDR ao governo moçambicano.
21 de Agosto é igualmente a data a partir da qual não mais devem existir bases militares da RENAMO, muito menos barreiras ou qualquer tipo de impedimento de movimentação de pessoas em bens em qualquer parte do território nacional, de acordo com o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado no dia seis deste mês em Maputo.
Entretanto, Nhongo denunciou um alegado plano de “Ossufo (Momade) e do Governo” de invasão das bases da extremada Junta Militar da Renamo na Gorongosa.
O líder oficial da RENAMO desde Janeiro deste 2019, Ossufo Momade, de 58 anos de idade, refuta alegações de estar coligado com o regime do partido Frelimo e jura estar a fazer tudo em prol da paz em Moçambique.
“Eu não fui comprado. Não sou nenhuma capulana. Na minha consciência apenas reside o espírito e desejo de paz”, argumento o homem que foi eleito em congresso do partido para substituir Afonso Dhlakama, morto, oficialmente por doença, a 03 de Maio de 2018.
Redacção